O tópico de sustentabilidade na manufatura aditiva é expansivo, cobrindo tudo, desde a energia necessária para fazer materiais até as maneiras como o design de AM pode levar a uma maior eficiência. Em nosso recente eBook sobre sustentabilidade, analisamos muitas dessas perspectivas, incluindo como a AM está impactando a geração de energia limpa. Neste artigo, no entanto, queremos dar uma olhada mais estreita neste tópico e realmente focar em algumas aplicações recentes para impressão 3D que realmente priorizam a ecologia e a criatividade.
Pente de lã monomaterial
O primeiro vem da Batch.Works, uma empresa sediada no Reino Unido cuja missão inteira é baseada na fabricação circular. A empresa, que em 2019 lançou sua primeira coleção de produtos para casa, opera um serviço que imprime produtos em 3D a partir de biomateriais e os recicla no final de sua vida útil. Recentemente, a empresa se uniu à Sheep Inc., uma marca de malhas com carbono negativo que produz roupas de lã totalmente rastreáveis. Juntos, eles projetaram um pente de pilling que seria vendido junto com as malhas do varejista.
“A Sheep Inc. queria oferecer um acessório de cuidado com suas malhas sustentáveis, mas era impossível encontrar um produto existente que correspondesse aos valores de sua marca. Todas as opções que eles encontraram tinham MOQs altos e longos prazos de entrega”, disse a Batch.Works.
Em vez de optar por um produto abaixo do padrão com uma pegada ecológica maior, a Sheep Inc. encomendou um pente de pilling impresso em 3D da Batch.Works. O produto final foi impresso em 3D a partir do filamento colorFabb Vibers, um material PLA projetado para ter uma pegada de carbono menor do que o PLA comum, e foi finalizado com gravação a laser.
O produto não é apenas feito de um biomaterial, o fato de ser feito de um único material agiliza o processo de reciclagem quando o pente não é mais utilizável ou necessário. Além disso, a Batch.Works especifica que foi capaz de igualar o preço por unidade do produto existente da Sheep Inc. A Batch.Works também fabricou produtos plásticos recicláveis e de baixo carbono para outras marcas, como a Kibu, que vende fones de ouvido infantis, a bFriends, o Design Museum e muito mais.
Material feito de caroços de tâmaras
A próxima aplicação sustentável para impressão 3D que queremos destacar é de Omã, onde o coletivo de design Nawa desenvolveu um material de impressão 3D feito de caroços de tâmaras. O material, chamado RePit, é um composto feito de uma combinação de caroços de tâmaras triturados e outros materiais locais, como argila e fibras de palmeira. De acordo com Nawa, esse material sustentável tem semelhanças com o sarooj, um material de construção tradicional persa feito de argila e calcário.
Os caroços de tâmaras usados para fazer o RePit são de tâmaras cultivadas nas terras do coletivo de design — Omã está entre os dez maiores produtores de tâmaras do mundo e, portanto, tem uma tonelada de caroços, que são tratados como um subproduto agrícola. A ideia de Nawa era, portanto, colocar esse material orgânico residual em uso produtivo.
“Substituir o plástico por compostos de sementes de tâmara pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa, apoiar uma economia circular e desviar resíduos de aterros sanitários, com avaliações do ciclo de vida destacando pegadas de carbono reduzidas e sustentabilidade aprimorada”, disse o coletivo de design.
Para demonstrar como seu material sustentável RePit poderia ser usado, os designers da Nawa imprimiram em 3D uma série de ladrilhos decorativos. Os ladrilhos foram projetados em software CAD e cada um integra uma textura ondulada exclusiva. Uma impressora 3D de extrusão deu vida aos designs, e os ladrilhos verdes RePit foram então queimados e esmaltados, resultando em uma variedade colorida de ladrilhos brilhantes. Embora o material demonstrado seja uma textura de pasta, a equipe da Nawa está supostamente desenvolvendo um material RePit de filamento, que pode ser usado com impressoras 3D FFF.
Capas de telefone sob demanda
A Red Wolf Technologies é uma empresa sediada em Utah que imprime em 3D capas de smartphone personalizadas e protetores de tela sob demanda. A empresa descobriu que esse modelo de negócio é muito mais adaptável do que a produção em massa de capas de telefone, além de ser substancialmente melhor para o meio ambiente. Como a empresa afirma: “Com a demanda, você pode criar produtos com menos desperdício, custos mais baixos e tempos de resposta mais rápidos.
” A empresa tem suas próprias soluções de hardware de fabricação — a Primo Print3D e a Primo Protect. A Primo Print3D é um sistema de mesa capaz de imprimir capas de telefone em menos de uma hora, enquanto a Primo Protect é uma máquina de corte que pode fazer protetores de tela que se encaixam em qualquer tipo de dimensão de smartphone.
Em última análise, a empresa pretende acompanhar as mudanças nos designs de smartphones — incluindo tamanhos, posicionamento de câmera, locais de portas e muito mais — ao mesmo tempo em que minimiza a dependência de estoques massivos e reduz significativamente o desperdício associado a unidades produzidas em massa que são procuradas apenas por um curto período. Suas soluções estão atualmente em uso em varejistas e lojas de telefones em mais de 60 países.
Notavelmente, a Red Wolf Technologies também é uma grande defensora da reciclagem e reutilização de materiais e lançou seu próprio programa de reciclagem alimentado pelo hardware de reciclagem termoplástica da Precious Plastic. Esta semana, por exemplo, a Red Wolf recebeu uma doação de um fabricante local de 80 kg de resíduos plásticos, que serão reciclados e transformados em matérias-primas utilizáveis.
Esses três projetos são apenas a ponta do iceberg: há muitos, muitos fabricantes inovadores e dedicados, startups e especialistas em impressão 3D encontrando maneiras criativas de fazer materiais e produtos mais sustentáveis e ecologicamente corretos. Para saber mais sobre os projetos acesse o site.
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