Cientistas aceleram descoberta de medicamentos com impressão 3D

De acordo com a Newcastle University, cientistas (graças ao financiamento da Versus Arthritis) desenvolveram uma abordagem única para criação de medicamentos com bioimpressão de géis cheios de células que podem imitar de perto os tecidos humanos – o que lhe rendeu uma patente nos EUA e na Europa. A equipe, liderada pelo professor Kenny Dalgarno, criou uma empresa spin-out, a Jetbio, para atrair investimentos para lançar a impressora ReJI para uso em laboratórios em todo o mundo.

O processo, chamado de tecnologia de bioimpressão Reactive Jet Impingement (ReJI), lança dois líquidos diferentes um no outro – um contendo células suspensas em uma solução de reticulação e o outro uma solução de polímero. Eles se misturam no ar para formar um hidrogel cheio de células que pode ser impresso em quase qualquer superfície. O método de impressão aumenta a densidade celular para cerca de 10x a de outras tecnologias de bioimpressão – a uma taxa significativamente mais rápida. Os tecidos resultantes são modelos muito mais próximos de amostras de tecido humano.

“A equipe da JetBio está na vanguarda da pesquisa, impulsionando novas tecnologias que prometem melhorar tanto a qualidade quanto a velocidade do desenvolvimento de medicamentos. Esses avanços podem potencialmente trazer novos medicamentos à população mais cedo – e isso se aplica a tratamentos para artrite, câncer e doenças cardiovasculares. Este é um salto muito emocionante”, disse Lucy Donaldson, diretora de pesquisa da Versus Arthritis.

Cientistas aceleram a descoberta de medicamentos com a tecnologia de bioimpressão 3D ReJI da Jetbio da Universidade de Newcastle, produzindo tecido semelhante ao humano.
Fonte:(https://www.voxelmatters.com)

Um estágio fundamental do processo de desenvolvimento de medicamentos é testar culturas de células in vitro, que tradicionalmente envolvem o crescimento de células em cima de uma superfície plana, como uma lâmina de microscópio. In vitro é um processo ou teste realizado fora do corpo em condições artificiais, como uma lâmina ou em um tubo de ensaio. No entanto, esses modelos 2D não são comparáveis ​​ao corpo humano, onde as células interagem com outras células em um ambiente 3D.

Levar a tecnologia da Jetbio aos laboratórios para imprimir células em uma matriz 3D – imitando mais de perto os tecidos humanos – pode tornar os testes mais precisos, revolucionando assim o que atualmente é um processo demorado com altas taxas de falha.

A descoberta de medicamentos é um processo complicado e extremamente custoso que envolve várias rodadas de testes antes de chegarem aos ensaios clínicos. Em investigações clínicas, apenas um em cada dez compostos testados chega ao mercado. Essas taxas de falha deixam claro que precisamos melhorar nossos modelos para que sejam mais representativos da resposta aos medicamentos em humanos. Atualmente, há muito interesse em desenvolver melhores modelos humanos in vitro de doenças e tecidos para que tenhamos melhores maneiras de testar medicamentos”, disse o professor Dalgarno da Escola de Engenharia da Universidade de Newcastle.

O cenário da descoberta de medicamentos está mudando e o interesse em novas tecnologias está crescendo. Com o potencial da start-up britânica de explorar um mercado global em rápida expansão, a equipe da Jetbio foi convidada a mostrar a tecnologia para ministros e figuras importantes da saúde pública, incluindo o professor Sir Chris Whitty, diretor médico da Inglaterra, nas Casas do Parlamento.

“Houve um burburinho real em torno da nossa tecnologia e do potencial que ela tem”, disse o professor Dalgarno. “O desenvolvimento de medicamentos é muito caro. Portanto, se você puder fazê-lo de forma mais eficaz e mais barata, isso democratiza o processo até certo ponto, pois mais pessoas poderiam então pagar pelos medicamentos que chegaram ao mercado.”

Cientistas aceleram a descoberta de medicamentos com a tecnologia de bioimpressão 3D ReJI da Jetbio da Universidade de Newcastle, produzindo tecido semelhante ao humano.
Fonte:(https://www.voxelmatters.com)

As impressoras do tamanho de máquinas de café também têm um papel na medicina regenerativa. Os tratamentos para artrite, que afeta 10 milhões no Reino Unido e mais de 500 milhões de pessoas no mundo, são atualmente limitados. Apesar disso, a condição dificulta a capacidade das pessoas de viver uma vida plena e sem dor. Para aqueles com artrite, o objetivo será desenvolver a tecnologia para permitir uma cultura de células mais rápida e personalizada para uso na Implantação Autóloga de Condrócitos (ACI) já disponível. Os cirurgiões podem reparar danos na cartilagem implantando células especiais em defeitos na cartilagem. Essa tecnologia pode melhorar a precisão e o sucesso dos implantes.

As impressoras têm o potencial de serem aplicadas a uma ampla gama de condições. Um exemplo do uso mais amplo está no projeto REBORN financiado pela CE, onde a equipe da Universidade de Newcastle está desenvolvendo um modelo in vitro de uma câmara cardíaca. Isso combina a bioimpressão ReJI com outras técnicas de bioprocessamento para criar uma “manga” projetada por tecido que pode ser conectada a pequenas bombas para imitar o batimento cardíaco. A manga é única em sua estrutura, contém células de cardiomiócitos e fibroblastos que estariam presentes no tecido cardíaco e está sendo desenvolvida para permitir testar novas abordagens para tratar condições cardíacas. Para saber mais sobre o método acesse o site

Para continuar por dentro das principais notícias do mundo da impressão 3D acesse o nosso site.

categoria(s):

Marcus Figueiredo

Rolar para cima