De acordo com a Universidade McGill, a TissueTinker está usando a bioimpressão 3D para revolucionar os testes de medicamentos contra o câncer, substituindo métodos ultrapassados, como testes em animais e culturas de células 2D. Os modelos tradicionais não conseguem imitar a complexidade dos tumores humanos, contribuindo para uma taxa de falha impressionante — mais de 90% — de medicamentos contra o câncer que passam em testes pré-clínicos, mas fracassam em testes em humanos.
A TissueTinker, recentemente premiada pelo Fundo de Inovação McGill (MIF), enfrenta esse problema de frente. A startup cria modelos miniaturizados de tumores usando tecnologia de impressão 3D — especificamente, biotinta — para replicar tecidos humanos saudáveis e doentes lado a lado. Esses tumores impressos têm apenas 300 mícrons, o “tamanho ideal”, de acordo com o cofundador Benjamin Ringler. “É grande o suficiente para ainda ser valioso para fins de teste, mas pequeno o suficiente para minimizar os recursos.”
Mais do que pequenos, esses tumores são inteligentes. Os pesquisadores podem personalizá-los para simular ambientes tumorais específicos, obtendo insights direcionados sobre o comportamento do câncer. “A capacidade de personalizar o tumor realmente permite que os pesquisadores obtenham insights profundos e direcionados sobre como o câncer se comporta em um nível micro”, explicou Ringler. Essa adaptabilidade melhora o poder preditivo dos testes em estágio inicial, reduzindo o desperdício de investimentos em medicamentos que, de outra forma, falhariam em ensaios clínicos.

“Como o ambiente de teste simula o corpo humano com mais facilidade, os pesquisadores podem avaliar e entender melhor se o medicamento funciona ou não antes de chegar à fase de ensaios clínicos”, acrescentou Ringler. Com custos de desenvolvimento superiores a US$ 1 a 2 bilhões por medicamento, esse nível de precisão não é apenas um avanço científico — é uma necessidade financeira.
A TissueTinker está expandindo sua tecnologia, com o apoio do Fundo de Inovação McGill. “O Fundo de Inovação McGill forneceu suporte personalizado, oferecendo consultoria específica e nos ajudando a pensar criticamente não apenas sobre o próximo passo, mas sobre os muitos passos que ainda temos pela frente”, disse Ringler. Juntamente com as cofundadoras Madison Santos e Isabelle Dummer — especialistas em engenharia biomédica e terapia celular — a equipe planeja expandir sua biblioteca de modelos tumorais e, eventualmente, licenciar a plataforma.
“Não estamos apenas resolvendo um problema; estamos repensando a maneira como abordamos o desenvolvimento de medicamentos contra o câncer”, disse Ringler. Para saber mais sobre o processo acesse o site.