O mercado brasileiro de máquinas e equipamentos, puxado pelo mercado doméstico, melhorou seu desempenho no mês de julho. Dados divulgados pela Abimaq, no dia 27 de agosto, indicam que o faturamento setorial somou R$ 26.716,52 milhões em julho, com crescimento de 0,3% em comparação com o mês anterior e 7,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado de janeiro a julho, a receita do setor totalizou R$ 174.518,74 milhões, um aumento de 13,9% em relação ao mesmo período de 2024.
No mercado interno, o faturamento em julho foi de R$ 19.700,13 milhões, com queda de 5,1% em relação ao mês anterior e aumento de 14,5% na comparação com o mesmo mês de 2024. No acumulado até julho, a receita interna de R$ 133.852,21 milhões é 14,5% maior que no mesmo período de 2024.
No mês de julho, os números vieram bons puxados pelo mercado doméstico, afirma Cristina Zanella, diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq. A executiva chama a atenção para a tendência de redução nas taxas de crescimento. De fato, no primeiro semestre, a taxa de crescimento do faturamento acumulado era de 15,1% e, em julho, a taxa de crescimento havia perdido um pouco do ímpeto, apresentando expansão de 13,9%. O crescimento na receita é reflexo da base de comparação fraca e também da ampliação dos investimentos na agricultura e nas áreas da construção civil.
EXPORTAÇÕES
As exportações somaram US$ 1.269,13 milhões no mês de julho, refletindo crescimento de 20,7% em comparação com junho e queda de 4,8% na comparação com julho de 2024. No acumulado dos primeiros sete meses do ano, as vendas externas somaram US$ 7.050,91 milhões, refletindo redução de 4,4%.
De acordo com o relatório distribuído pela Abimaq, “parte importante do resultado das exportações observado em 2025 foi explicada pelo recuo nos preços de máquinas no mercado internacional (-2,7%). Em quantum, a queda registrada foi de -1,3%. Apesar da queda, houve, entre os grupos de produtos exportados, incremento nas vendas de máquinas agrícolas e de máquinas para bens de consumo não duráveis. O maior crescimento ocorreu nas vendas para os países da América do Sul e em maior escala na Argentina, Chile e Peru.”

Ainda conforme o relatório, em 2025 houve mudanças nos principais destinos das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos. As vendas para a América do Norte caíram 11,6%, enquanto a Europa e a América do Sul cresceram 10,7% e 15,9%, respectivamente.
Na América do Sul, o destaque foi a Argentina, com aumento de 52,4% nas exportações, puxado pela ampliação das vendas de máquinas para agricultura (+104%) e para construção civil (+87%). Também se destacaram os aumentos das exportações para o Chile (+12,1%) e para o Peru (+18,5%).
Para os Estados Unidos, que representaram 26,1% das exportações do setor em 2025 (de janeiro a julho), houve queda de 10,6% nas vendas, principalmente devido à retração na demanda por máquinas para construção civil (-21%), produtos que passaram a representar 44% do total das exportações em 2025 contra 51,2% em 2024.
É importante observar que a redução no volume de exportações para os EUA ainda não reflete o tarifaço de Trump, já que a medida entrou em vigor somente no dia 6 de agosto. Nos próximos balanços será possível conferir como as medidas tarifárias atingem as exportações setoriais. Cristina Zanella calcula que caso as medidas sejam mantidas, as exportações setoriais para os EUA devem recuar 30% em 2025. A expectativa é que as exportações para o mercado norte-americano tendam a zero – não serão zeradas porque há operações intercompany –, com perdas mensais da ordem de US$ 300 milhões.
IMPORTAÇÕES
Em julho, as importações foram de US$ 2.904,89 milhões, com crescimento de 11,3% em relação a junho e aumento de 8,6% em comparação a julho do ano passado. No acumulado de janeiro a julho, as importações somaram US$ 18.607,05 milhões, com crescimento de 10,5%.
“As importações crescentes de máquinas e equipamentos, em praticamente todas as atividades da economia brasileira, refletem a perda de competitividade do setor. Em 2025 a participação de bens importados no consumo nacional de máquinas e equipamentos atingiu 46%”, diz o relatório da Abimaq.
No acumulado do ano, a China seguiu como a principal origem das importações, tanto em participação (32% do total) como em taxa de crescimento (+22,6%) em relação a 2024. Os dados históricos do setor mostram clara ampliação da presença de máquinas importadas no mercado brasileiro, e de forma mais intensa vindas do mercado chinês. Em 10 anos a China quase dobrou a sua participação no total de máquinas importadas pelo Brasil (de 16,6% em 2015 para 32% em 2025).
OUTROS INDICADORES
O nível de utilização da capacidade instalada do setor de máquinas e equipamentos registrou aumento de 0,1% de junho para julho, atingindo 78%. O índice é 2,5% superior ao do mesmo mês de 2024. Em média o setor atuou em 2025 com 77,6% da sua capacidade, 3,4 p.p. acima ao nível de 2024 (74,2%).
A carteira de pedidos, após ter recuado 2,7% em junho de 2025, cresceu 0,6% no mês de julho. Houve melhora nas carteiras dos setores relacionados aos fabricantes de bens de consumo, obras de infraestrutura e componentes. Em média o setor está com carteira de pedidos igual ao de dezembro de 2024, mas 1,2% inferior à observada em julho de 2024.
Em julho de 2025, o setor de máquinas e equipamentos empregou 425 mil colaboradores, com avanço de 1% em relação ao mês anterior. Na comparação com julho de 2024, houve aumento de pouco mais de 35 mil postos de trabalho no setor, marcando o décimo segundo aumento consecutivo. Para saber mais sobre o setor, acesse o site.
Para continuar por dentro das principais notícias do mundo da impressão 3D, acesse o nosso site.