Brasil e Alemanha deram o primeiro passo para a realização de uma missão conjunta para o monitoramento de emissões de gases do efeito estufa por satélite. Um memorando de entendimento assinado no dia 4 de dezembro pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com o Centro Aeroespacial Alemão (DLR) prevê o uso de sensores para monitorar as emissões de gases pelos biomas brasileiros – uma iniciativa inédita. A parceria prevê a utilização da Plataforma Multimissão, desenvolvida pelo Inpe.
“Essa colaboração tende a crescer ao longo dos anos também com novos satélites”, diz o diretor do Inpe, Clézio de Nardin, que assinou o acordo no Ministério da Economia e Proteção Climática da Alemanha, com as presenças da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Segundo o coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe, Gilvan Sampaio, além do desenvolvimento de novos satélites, a parceria com os alemães prevê o embarque de sensores em futuras missões. “Essa parceria não apenas complementa o trabalho já desenvolvido pelo Inpe no monitoramento dos biomas brasileiros, mas também vai na direção de explorar o monitoramento das emissões dos biomas brasileiros. Esse é o principal ponto da colaboração. Hoje, nós fazemos o imageamento, ou seja, os satélites são ópticos, portanto nós monitoramos o desmatamento, as queimadas. Mas a partir dessa colaboração, nós começaremos a ter a capacidade de monitorar também as emissões de gases do efeito estufa dos biomas brasileiros”, explicou.
Brasil e Alemanha renovam parceria
Durante missão oficial em Berlim, a ministra Luciana Santos assinou instrumento de cooperação com o Ministério Federal da Educação e Pesquisa que renova a parceria científica no âmbito do Observatório de Torre Alta da Amazônia – Atto. De acordo com o coordenador-geral de Ciência do Clima do MCTI, Marcio Rojas, a renovação da cooperação entre Brasil e Alemanha tem “importância imensa” uma vez que a Torre Atto permite a realização de estudos sobre as relações entre a atmosfera e o bioma amazônico.
A Atto é uma estrutura de 325 metros de altura localizada no Amazonas, equipada com sensores que permitem a análise profunda do ecossistema amazônico e a geração de dados para os modelos climáticos que envolvem a floresta. As pesquisas buscam responder como o bioma amazônico está reagindo a uma atmosfera em constante mudança por conta das alterações climáticas, além de investigar a emissão de gases pela floresta e a composição da atmosfera. “Renovando essa cooperação, vamos ter condições de gerar ainda mais conhecimento científico relevante nesse contexto de mudança climática”, ressalta Roja. Para saber mais sobre o Atto acesse o site.
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