Quando iniciou suas operações, em 2009, em Caxias do Sul (RS), a Castertech tinha como objetivo principal o fornecimento de fundidos para as empresas Randon, grupo do qual faz parte. Com o tempo, a área de usinagem começou a ganhar destaque e se transformou em um dos principais diferenciais da empresa.
Tanto que, em 2017, foi alterado o modelo de negócio de uma fundição para uma empresa de produto. “Deixamos de ser somente uma fundição de peças em bruto e nos tornamos uma empresa de soluções tecnológicas em sistemas de rodagem e componentes fundidos e usinados para caminhões, ônibus semirreboques e máquinas agrícolas”, informa Leandro Correa, diretor da Castertech.
Com a alteração do modelo de negócio, a usinagem ganhou maior projeção e passou a fazer parte do “core business” da Castertech. “Neste novo modelo, a usinagem e montagem também protegem tecnicamente o nosso negócio”, frisa. “Nossa estratégia é de verticalizacão dos processos de usinagem dentro das nossas plantas, o que nos garante atingir as mais criteriosas especificações de projeto dos nossos produtos em segurança e qualidade, com altos padrões de tolerância, rugosidade, paralelismo, concentricidade… São anos e anos de knowhow para se chegar aos nossos padrões de excelência”.
USINAGEM PREMIUM
“Quem entrar na nossa fábrica em Caxias do Sul vai ver uma unidade de usinagem como nunca viu”, afirma o diretor. “Temos aqui uma usinagem premium, uma das mais modernas do mundo”. O parque fabril conta com 204 máquinas CNC, entre tornos e centros de usinagem horizontais e verticais, além de máquinas multitarefas de seis eixos e três células automatizadas no conceito 4.0, fabricando peças com controle dimensional de 0,011 mm.
Correa detalha algumas características da estrutura da planta caxiense. “Acredito que, para se conseguir um alto nível de qualidade, é preciso começar pela base, com o setor limpo, organizado. O piso de nossas fábricas tem de ter o mesmo nível de sujidade que a sala da nossa casa, isento de óleo, sem cavacos no piso, instrumentos calibrados. Nossos colegas da produção trabalham com camisas brancas e elas continuam brancas ao término do expediente”, destaca. “Precisamos ter níveis baixíssimos de ppm e o nosso é outstanding ”, frisa.
Ainda sobre limpeza, o executivo lembra que o layout da planta foi projetado de modo que as máquinas ficassem posicionadas próximas às paredes. Assim, o sistema de transporte de cavaco faz que com o material que sai da máquina vá direto para containers dispostos fora da fábrica.
Outro cuidado é com a segurança. “Não temos empilhadeiras circulando pela planta para evitar acidentes”, destaca. A movimentação das peças brutas e acabadas se dá por meio de um sistema de esteiras roletadas – por gravidade – para o transporte de peças.
CÉLULAS 4.0
Dentro da nova estratégia da Castertech, cada uma das unidades da empresa tem um produto específico. Assim, a planta de Caxias do Sul ficou responsável pela produção dos cubos de roda, o principal produto da empresa. Para a produção desta linha, foram implantadas três células 4.0 (a meta é chegar a oito até o final do atual ciclo do planejamento), cada uma delas com quatro tornos, todos eles com ferramentas acionadas.
Ali, um robô com sistema de visão detecta o cubo no pallet e o coloca na esteira automática. Na sequência, outro robô, sem intervenção humana, encaixa o item no torno. O resultado são peças precisas, com baixíssimo nível de rugosidade.
O processo também é 4.0. Todas as máquinas são equipadas com softwares de correção. Após o acabamento, ocorre a medição em máquinas tridimensionais. ”É praticamente impossível uma peça chegar com falhas aos nossos clientes”, afirma.
Além disso, 100% dos cubos de roda passam por um processo de lavagem em lavadoras ultrassônicas, equipamento similar aos usados em instrumentos cirúrgicos. “São sete processos de lavagem e filtragem”, diz Correa, acrescentando que, na sequência, as peças entram em uma cabine para gravação laser de um QR Code. “Temos hoje um sistema de rastreabilidade lançado por nós, com uso de blockchain. Ao ler o QR Code, o cliente tem acesso a todas as informações sobre o produto”.
A Castertech já conquistou 54% do mercado brasileiro de sistemas de rodagem. E a tendência é de expansão. Nos últimos anos, a empresa deu um grande salto na capacidade com a aquisição de três empresas: em São Paulo, a Fundituba; em Santa Catarina, a Menegotti; e no Rio Grande do Sul, a CNCS, fortalecendo ainda mais sua posição em fundidos e usinados. Para saber mais sobre a empresa acesse o site.
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