China já tem 410 GW de capacidade instalada de energia solar

Pelo visto, vai ser muito difícil para algum país tirar da China, pelo menos no curto e no médio prazos, a liderança absoluta no ranking mundial de geração de energia solar fotovoltaica.

Os dados são da agência National Energy Administration (NEA). A capacidade instalada do sistema de geração solar da China apresentou uma expansão de nada menos do que 30,8% nos dois primeiros meses de 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. Com o avanço, a potência operacional da fonte no país alcançou 410 GW ao final de fevereiro.

Ainda de acordo com o órgão, nos primeiros dois meses deste ano, o investimento total das principais companhias de energia chinesas dedicadas à geração solar quase triplicou na comparação com o igual período de 2021, chegando a US$ 4,12 bilhões. Em todo o ano passado, a instalação de novas grandes usinas e sistemas de menor porte acrescentou ao sistema 87 GW.

O crescimento da modalidade vem, evidentemente, servindo de grande estímulo para a indústria chinesa. A indústria solar fotovoltaica da China produziu o equivalente a US$ 203,9 bilhões em 2022, segundo o ministério da indústria e tecnologia da informação do país.

A atividade nos principais elos da cadeia do setor – incluindo o silício policristalino, wafers, células e módulos – registrou no ano passado crescimento superior a 55%. O país ainda registrou forte demanda externa pelos equipamentos fotovoltaicos, com as exportações totalizando US$ 51,2 bilhões em 2022.

Na verdade, a indústria renovável do país asiático segue como um todo na liderança global, com painéis solares, turbinas eólicas e outros componentes respondendo por 70% do mercado mundial no ano passado, conforme também a NEA.

Bom para os negócios e os industriais chineses, mas também para o meio ambiente do país. Em 2022, a geração de energia renovável reduziu as emissões domésticas de dióxido de carbono em espantosos 2,26 bilhões de t.

Novas oportunidades de emprego na China

A expansão do setor de energia renovável também tem sido responsável pela criação de milhares de novos empregos na China. Mundialmente, o emprego neste segmento atingiu 12,7 milhões no ano passado, com a China respondendo sozinha por quase metade do total global.

Na verdade, desses 12,7 milhões de empregos, cerca de dois terços estão na Ásia. Somente a China representa 42% do total global, seguida pela União Europeia e o Brasil com 10% cada, e os Estados Unidos e Índia com 7% cada, segundo relatório publicado pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, na sigla em inglês).

Uma das consequências facilmente observáveis da produção em massa de produtos fotovoltaicos na China é o barateamento progressivo do sistema, e a adoção dele em escala mesmo por países que não estão exatamente nadando em dinheiro – como o Brasil e outros das Américas e da África.

De fato, o Brasil importou em 2022 uma porcentagem de módulos fotovoltaicos da China 58% maior diante do volume registrado no ano anterior, conforme levantamento da PV Infolink, braço de energia solar fotovoltaica da consultoria InfoLink Consulting. O Brasil foi o segundo maior comprador de equipamentos chineses, atrás apenas da Holanda, o centro logístico da Europa.

Marco Legal da Geração Distribuída

A consultoria observa, porém, que essa expansão deveu-se também à aprovação da Lei 14.300, que estabeleceu o Marco Legal da Geração Distribuída e provocou uma espécie de corrida por instalações de sistemas fotovoltaicos para garantir incentivos tarifários. De qualquer forma, o mercado brasileiro de energia solar contribuiu para 80% do crescimento das importações das Américas.

china
No Brasil, o principal mercado da energia solar é o residencial.

O uso da energia solar no Brasil tem crescido, aliás, de forma rápida e consistente. Já corresponde a 12% de toda a matriz elétrica brasileira, sendo a segunda maior fonte do país, ficando atrás apenas da energia hídrica. O número de sistemas fotovoltaicos instalados no território brasileiro tem crescido principalmente nas regiões sul e sudeste.

Atualmente, já mais de 1,7 milhão de sistemas fotovoltaicos ligados à rede, com uma potência instalada de 18.077,4 MW. Em 2022, o Brasil alcançou a 8.a posição no ranking mundial do setor.

A energia solar está sendo utilizada no Brasil majoritariamente em residências, como uma auxiliar na redução da conta de luz, seja por meio da energia térmica, aquecendo água, ou para gerar eletricidade. O segmento residencial é responsável por 78,9% do montante, seguida por empresas de comércio e serviços (10,7%) e pela energia solar rural (8,5%).

O Brasil está, portanto, sabendo aproveitar a vantagem comparativa por poder contar com um enorme potencial energético a partir da energia solar, já que os níveis de incidência solar no território são substancialmente superiores aos de países que também desenvolvem projetos fotovoltaicos, como Alemanha, França e Espanha. Estima-se que, em 2024, o território brasileiro contará com, aproximadamente, mais 887 mil sistemas de energia solar em operação.

E mesmo ainda dependente da importação de materiais chineses, o Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), gerou mais de 783,7 mil novos empregos entre 2012 e 2023. Para saber mais acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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