AS ESTRATÉGIAS DA INDEX BRASIL PARA DRIBLAR A RETRAÇÃO DO MERCADO

No final do ano passado, a direção da filial brasileira da Index Tornos se reuniu para delinear as estratégias da empresa para este ano de 2023. Na avaliação dos executivos, o cenário não seria exatamente positivo. Em primeiro lugar, porque, em geral, o primeiro ano de um novo governo costuma ser de observação dos movimentos políticos/econômicos.

Além disso, outros dois fatores deveriam pesar negativamente: a polarização no campo político e a concorrência mais forte do que o normal de fabricantes asiáticos, beneficiados por uma vantagem cambial naquele momento de até 30% em alguns casos.

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Fonte:(https://www.usinagem-brasil.com.br)

Assim, na avaliação do grupo, a tendência apontava para um cenário de menor disposição das indústrias para investir, com a consequente retração da venda de máquinas.

Com base nessa visão, decidiram por reforçar as ações na área de retrofitting de máquinas, que já vinha ganhando destaque nos negócios da filial. Além disso, decidiram acelerar o projeto de investimento e de transferência da matriz, na Alemanha, da tecnologia para a realização de retrofitting de cabeçotes móveis.

Outra medida foi a decisão de passar a atuar mais fortemente no segmento de locação de máquinas. “A locação de máquinas não chega a ser novidade para a nossa filial. Já oferecíamos esse serviço, mas para um grupo reduzido de empresas”, diz Alexander Sadowskij, diretor-geral da Index do Brasil. “O que mudou foi a ênfase que passamos a dar a este serviço e o fato de que passamos a produzir máquinas aqui na nossa fábrica já com o objetivo de oferecê-las ao mercado para locação”.

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De acordo com Sadowskij, os resultados têm sido positivos. “A alternativa da locação caiu como uma luva entre as indústrias que estavam precisando aumentar a capacidade e a produtividade, mas estavam receosas de investir com o atual cenário econômico. Com o nosso serviço, elas alugam a máquina e a colocam em operação, sem grandes preocupações com o longo prazo. Podem alugar por 12 ou 24 meses e após esse período decidir se querem renovar o contrato, substituir por uma nova ou cancelar”, comenta.

Por ser novo, o negócio de locação ainda está ganhando escala na Index, o que deve ocorrer nos próximos exercícios, mas já é considerado um grande sucesso. Contribuiu para movimentar a fábrica num momento delicado do mercado e tende a se transformar numa fonte de receita cada vez maior.

O retrofitting também é considerado outro acerto estratégico. O espaço destinado a esse departamento já ocupa 25% da área fabril (que hoje produz o centro de torneamento IT 600, em suas várias versões, para o mercado local e sul-americano) e está em crescimento constante. “Afinal, a Index tem uma base instalada de mais de 3 mil máquinas no Brasil”, lembra o diretor, acrescentando que recentemente a empresa retrofitou um torno universal Index, de 1989. A máquina foi inteiramente desmontada, modernizada e devolvida ao cliente em três meses.

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E a tendência nessa área é de crescimento com o início das operações de retrofitting de cabeçotes móveis. Vale lembrar que a Traub, que tem uma linha de tornos automáticos de cabeçote móvel, pertence ao grupo Index. As primeiras máquinas estão previstas para chegar ainda este mês. “Agora oferecemos esse serviço aqui. Não é preciso mais mandar para o Exterior um torno de cabeçote móvel para ser retrofitado”.

Também foi reformulado o estoque de peças para aumentar a disponibilidade local.  “O pós-vendas é muito importante. Contratamos pessoas para escutar as demandas e necessidades dos clientes e conseguimos melhorar razoavelmente o volume de negócios em contratação de serviços e venda de peças”.

De outra parte, a fábrica de Sorocaba – construída no final dos anos 1960 – está sendo inteiramente reformada, desde a base, até para suportar as novas linhas de negócios e serviços.

Desempenho Positivo

Segundo o diretor, esse conjunto de ações está contribuindo para que a Index consiga obter um bom desempenho em 2023. “Desde antes da pandemia temos registrado em média um crescimento anual de 20 a 25%. Neste ano, que está sendo atípico, vamos crescer em torno de 5 a 10%, o que consideramos um excelente resultado”, explica.

Para 2024, Sadowskij demonstra otimismo, mas moderado. Isto porque, em sua opinião, o governo ainda não conseguiu apresentar uma política conclusiva, apesar de algumas medidas como a reforma tributária e a depreciação acelerada, que demandam tempo para produzirem resultados. Com isso, os investidores seguem cautelosos.

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“Não deve ser um ano ruim, mas para que se alcance resultados mais substantivos é preciso que o governo crie mecanismos que permitam a indústria voltar a crescer, que estimulem os investimentos”, diz. “Por exemplo, criando com um plano semelhante ao que existe hoje para o setor agrícola, o Plano Safra. Hoje, uma indústria que pretende investir numa máquina ou equipamento tem de pagar juros de 15 a 20%, enquanto um agricultor que adquire uma máquina ou implemento agrícola paga entre 4 e 6%”. Para saber mais sobre o grupo acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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