A indústria de máquinas e equipamentos brasileira continua a acumular resultados negativos, mas a velocidade da queda no faturamento desacelerou no mês de maio, de acordo com balanço da Abimaq, divulgado no dia 7 de julho. “Daqui para frente vamos começar a cair menos”, diz Cristina Zanella, diretora de Competitividade, Economia e Estatística da entidade. Ela frisa que as mais recentes projeções para o mercado estão mantidas. A Abimaq prevê que a receita total do setor deverá recuar 7% em relação a 2023, com as exportações caindo 2,3% e o mercado doméstico recuando 8,3%.
No mês de maio, a receita líquida total de R$ 20.901,95 milhões é 4% inferior ao do mês anterior (em abril a queda em relação a março foi de 9,6%) e 17,7% menor que do mesmo mês de 2023 (abril foi de 20,1%). No acumulado de janeiro a junho de 2024, a receita foi de R$ 99.288,04 milhões, 17,8% a menos que no período de 2023. Até abril, na mesma comparação, o recuo havia sido de 21,2%.
No mercado interno, a receita líquida de maio, de R$ 15.497,93 milhões é 0,7% inferior à do mês anterior e 16,7% menor que no mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a maio o faturamento no mercado doméstico somou R$ 73.358,24 milhões é 19,4% menor que no mesmo período de 2023.
EXPORTAÇÕES DO SETOR
As exportações somaram US$ 1.052,79 milhões em maio. Caíram 12% em relação ao mês anterior e 20,6% na comparação com o mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a maio, as exportações totalizaram US$ 5.130,03 milhões, 8,6% menos que no mesmo período de 2023. Apesar dos resultados negativos, o volume de exportações se manteve em nível próximo da média dos dois últimos anos, o mais elevado da história do setor.
O relatório da Abimaq indica que os piores desempenhos de vendas externas se deram nos setores direcionados para a indústria de transformação, especialmente máquinas-ferramenta e equipamentos para controle de qualidade. Houve também importante queda nas exportações de equipamentos para ar comprido e gases, no grupo de componentes e também nas exportações de máquinas agrícolas. Houve aumento apenas nas exportações de máquinas rodoviárias.
No ano, somente três segmento registraram desempenho positivo em relação a 2023: infraestrutura, indústria de transformação e componentes.
Com base nos dados divulgados pela Secex, a Abimaq diz que dentre os mercados tradicionais de máquinas e equipamentos houve crescimento nas exportações apenas para a América do Norte, nos Estados Unidos (8,7%) e no Canadá (3,8%). Na América do Sul a maior queda ocorreu na Argentina (-25%), mas a maioria dos países da região também registrou retração nas aquisições do mês de maio, exceto Colômbia e Equador. Dentre os demais continentes houve importante crescimento das exportações para os Emirados Árabes, Arábia Saudita.
IMPORTAÇÕES DO SETOR
Em maio, as importações somaram US$ 2.545,20 milhões, com crescimento de 6,2% em relação ao mês de abril e queda de 0,9% em relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a maio, as importações totalizaram US$ 11.857,89 milhões, aumento de 7,2% em relação ao mesmo período do ano passado. As importações vêm aumentando desde 2022. Até maio têm 45,9% de market share.
No acumulado de janeiro a maio predominou o crescimento das importações de máquinas, mas o maior incremento se deu nos setores de bens de consumo duráveis e não duráveis e infraestrutura.
No mês de maio mais uma vez as importações de máquinas chinesas (US$ 665 milhões) predominaram. Atualmente a China responde, em média, por mais de 28% das importações realizadas pelo país. As importações de máquinas dos Estados Unidos estabilizaram em US$ 480 milhões, mas em média, caíram como proporção do total importado para 17,5% em 2024. A Alemanha, a terceira origem das importações, diminuiu a quantidade de máquinas direcionadas para o Brasil para US$ 266 milhões e também a sua participação para 12,1%.
CONSUMO APARENTE
No mês de maio houve aumento no consumo aparente de máquinas e equipamentos em relação ao mês de abril de 2023. Na análise interanual houve nova queda (-9,9%). No ano, o consumo nacional de máquinas encolheu 11,2%.
Apesar desta queda no ano, dois setores vêm ampliando a aquisição de máquinas e equipamentos, o fabricante de bens de consumo (+7%) e o de logística e construção civil (+5,8%). O primeiro deles puxado por máquinas importadas, que no período cresceu 17,3%. Demais segmentos mantiveram redução nos investimentos, com queda mais intensa observada no setor agrícola.
USO DA CAPACIDADE INSTALADA
A indústria de máquinas e equipamentos encerrou o mês de maio utilizando 74,8% da capacidade instalada, 0,5 p.p. abaixo do nível do mesmo mês de 2023, mas 1,2 p.p acima do resultado do mês de abril de 2023, indicando melhoria da produção nos próximos meses.
PEDIDOS
Na carteira de pedidos, medida em semanas para o atendimento, houve queda mensal (-2,7%) e interanual (-13,3%). No período ocorreu melhora na carteira do setor de máquinas para infraestrutura, mas não o suficiente para anular a queda nos setores de máquinas construção civil e de componentes.
EMPREGOS
Em maio de 2024 houve queda no número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos (-0,5%), interrompendo dois meses seguidos de contratações. O setor encerrou o mês com 386.869 colaboradores. Para saber mais sobre o desempenho do setor acesse o site.
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