Federações das indústrias de SP e do CE vão estimular produção e utilização de hidrogênio verde no país

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) assinaram no último mês de setembro, na capital paulista, um acordo de cooperação com vista a ampliar a produção e o uso de hidrogênio verde no país.

Também participam da parceria a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) e a Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (Abeeólica), que representam as empresas dos respectivos setores.

O hidrogênio verde é visto pelas quatro entidades como uma aposta importante na corrida por fontes de energia limpa, e também como um possível caminho para a reindustrialização verde do Brasil.

Em termos estratégicos, a união de esforços das entidades visa apoiar a ampliação da competitividade do insumo, que é produzido por meio de energia elétrica proveniente das fontes eólica, solar fotovoltaica e também de biomassa.

Mas, em um primeiro momento, um dos objetivos do acordo é de identificar possíveis interessados entre as indústrias dos dois estados para desenvolver equipamentos utilizados na produção de hidrogênio e amônia verde, como os eletrolisadores, que são dispositivos que usam apenas energias renováveis para quebrar as moléculas de água.

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Fonte:(https://ipesi.com.br)

O acordo também pretende levantar o custo total de produção do combustível e mapear as regiões mais atrativas para a produção do insumo, e que possam funcionar como hubs e reduzir custos de transporte, tanto no mercado doméstico como no internacional.

Isso pode ser facilitado pelo fato de São Paulo e Ceará serem apontados pelas empresas do setor de energia renovável como os estados mais avançados na área de hidrogênio verde no país.

Os dois estados também são considerados pelas respectivas federações industriais como sendo atualmente os mais capazes de atrair investimentos para o setor, e de se firmarem como polos de desenvolvimento tecnológico e industrial nesta área específica, e assim ajudarem a consolidar esse mercado no conjunto do território nacional.

O acordo de cooperação envolverá ainda o estímulo, contribuição e apoio a políticas públicas voltadas ao fomento da produção e uso do hidrogênio verde e seus derivados, e à substituição do uso atual de hidrogênio e amônia de origem fóssil para o de origem renovável em nível estadual e nacional.

Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da Absolar, o Brasil poderá, em poucos anos, produzir o hidrogênio renovável mais competitivo do mundo, desde que desenvolva políticas públicas, programas e incentivos adequados.  “Por isso, o apoio do setor produtivo, em consonância com as autoridades públicas, é fundamental para a criação das rotas de produção do combustível a partir de fontes renováveis”, diz o executivo.

Confederação Nacional da Indústria leva o Brasil a Nova York

O esforço dos industriais brasileiros em buscar modalidades sustentáveis de desenvolvimento está se espraiando também para o exterior. No último dia 18 de setembro, a Fiesp e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) promoveram, na Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos, a primeira edição do  seminário “Brasil em foco: mais verde e comprometido com o desenvolvimento sustentável”, que reuniu  autoridades e industriais brasileiros e investidores e representantes de empresas americanas.

O objetivo do encontro foi o de discutir políticas públicas, oportunidades de negócios e de investimentos em transição ecológica e energética, descarbonização e infraestruturas voltadas ao crescimento sustentável.

O presidente da Fiesp, Josué Gomes da Silva, destacou que o Brasil oferece condições ímpares para os investidores internacionais, pois tem compromisso com o desenvolvimento sustentável, com o desenvolvimento verde, com segurança institucional e com segurança jurídica.

“Com as nossas instituições fortalecidas, é muito estimulante para nós, empresários, assistirmos o que está acontecendo no Brasil: os poderes unidos e dispostos a tomarem as decisões necessárias para o desenvolvimento nacional”, disse ele, ao destacar a presença de vários ministros do governo Lula, dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, além de vários representantes do Poder Judiciário.

Silva afirmou que existe mundialmente a percepção de que esta é a década do sul global: “Venham investir no Brasil. O Brasil está aberto para negócios, especialmente negócios verdes e sustentáveis, é um país jovem, moderno, que ama a democracia e tem instituições que dão a vocês segurança para investir”, conclamou aos investidores, ressaltando que o país oferece muita energia verde, como eólica, solar e biomassa.

Já o presidente da CNI, Robson Andrade, reforçou que a indústria brasileira está comprometida com o desenvolvimento sustentável e que o setor irá investir cada vez mais no processo de descarbonização da produção.

“Temos vantagens comparativas e competitivas para atração de investimentos e desenvolvimento de empresas”, afirmou Andrade. “É o momento oportuno de fazer um chamamento a todos investidores e empresários para que olhem o Brasil com perspectiva de futuro promissor”. (Alberto Mawakdiye). Para saber mais sobre a parceria acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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