Tratamento para diabetes tipo 1 usando ilhotas humanas

Uma equipe internacional de cientistas deu um grande salto na pesquisa sobre diabetes ao imprimir com sucesso ilhotas humanas funcionais em 3D usando uma nova biotinta. Apresentada no Congresso ESOT 2025, a nova tecnologia pode abrir caminho para um tratamento mais eficaz e menos invasivo para pessoas que vivem com diabetes tipo 1.

O avanço envolveu a impressão de ilhotas humanas – os aglomerados de células produtoras de insulina no pâncreas – usando uma biotinta personalizada feita de alginato e tecido pancreático humano descelularizado. Essa abordagem produziu estruturas de ilhotas duráveis ​​e de alta densidade que permaneceram vivas e funcionais por até três semanas, mantendo fortes respostas de insulina à glicose e demonstrando potencial real para uso clínico futuro.

Os transplantes tradicionais de ilhotas são tipicamente infundidos no fígado, um processo que pode resultar em perda significativa de células e sucesso limitado a longo prazo. Em contraste, as ilhotas impressas em 3D foram projetadas para serem implantadas logo abaixo da pele, um procedimento simples que requer apenas anestesia local e uma pequena incisão. Essa abordagem minimamente invasiva pode oferecer uma opção mais segura e confortável para os pacientes.

Cientistas imprimem ilhotas humanas funcionais em 3D para tratar diabetes tipo 1 usando biotinta de alginato e tecido pancreático humano descelularizado.
Fonte:(https://www.voxelmatters.com)

“Nosso objetivo era recriar o ambiente natural do pâncreas para que as células transplantadas sobrevivessem e funcionassem melhor”, explicou o autor principal, Dr. Quentin Perrier. “Usamos uma biotinta especial que imita a estrutura de suporte do pâncreas, fornecendo às ilhotas o oxigênio e os nutrientes de que precisam para prosperar.”

As ilhotas bioimpressas permaneceram vivas e saudáveis, com mais de 90% de sobrevivência celular. Elas responderam melhor à glicose do que as preparações de ilhotas padrão, liberando mais insulina quando necessário. No 21º dia, as ilhotas demonstraram maior capacidade de detectar e reagir aos níveis de açúcar no sangue – um sinal importante de que poderiam funcionar bem após a implantação. As construções mantiveram sua estrutura sem se aglomerar ou se romper, superando um obstáculo comum em abordagens anteriores.

Além disso, as estruturas impressas em 3D apresentavam uma arquitetura porosa que melhorava o fluxo de oxigênio e nutrientes para as ilhotas inseridas. Esse design ajudou a manter a saúde celular e promoveu a vascularização, ambos essenciais para a sobrevivência e a função a longo prazo após o transplante.

“Este é um dos primeiros estudos a utilizar ilhotas humanas reais em vez de células animais na bioimpressão, e os resultados são incrivelmente promissores”, observou o Dr. Perrier. “Estamos cada vez mais perto de criar um tratamento pronto para diabetes que poderá, um dia, eliminar a necessidade de injeções de insulina”. Para saber mais sobre o processo acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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