Como demonstrado na Bienal de Arquitetura de Veneza de 2025, a impressão 3D está desempenhando um papel cada vez mais importante no mundo da arquitetura, permitindo que os criativos explorem o uso de novas geometrias, métodos de produção mais ágeis e materiais sustentáveis. Entre os escritórios de arquitetura interessados em aproveitar a impressão 3D está o Yong Ju Lee Architecture, um estúdio sul-coreano que utiliza a manufatura aditiva para transformar a maneira como trabalhamos com materiais, visando a construção de estruturas mais ecológicas.
Em um projeto recente, o escritório Yong Ju Lee Architecture explorou o potencial da impressão 3D robótica e do micélio para criar uma cabana no campus da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Seul. O micélio, estrutura semelhante a raízes de fungos, está sendo estudado como uma alternativa sustentável a materiais de construção mais tradicionais, como o concreto — cuja produção é responsável por 8% das emissões globais de CO2. Como afirma o escritório de arquitetura: “o uso de materiais compósitos à base de organismos apresenta novas possibilidades para a arquitetura, desafiando a natureza não reciclável e não degradável dos materiais de construção inorgânicos”.

Neste projeto específico, chamado Cabana Micelial, o biomaterial foi transformado em painéis funcionais usando moldes personalizados. Os próprios moldes foram feitos por meio de impressão 3D robótica, e a equipe de arquitetura testou uma variedade de substratos diferentes à base de micélio para determinar qual fórmula de biocompósito cresceria melhor dentro dos moldes e teria as melhores propriedades em termos de resistência e trabalhabilidade. Quando os painéis ficaram prontos, foram fixados a uma estrutura de madeira para criar uma cabana em tamanho real.
“O projeto Mycelial Hut visa demonstrar a aplicação em larga escala do micélio como material de construção por meio de moldes personalizados fabricados por impressão 3D robótica”, escreve o escritório Yong Ju Lee Architecture. “Esta pesquisa baseada em design produz um pavilhão bio-híbrido no qual uma estrutura de madeira serve como suporte estrutural, enquanto painéis de micélio personalizados formam o revestimento externo… Localizada no campus da Universidade Nacional de Ciência e Tecnologia de Seul, esta instalação ousada busca tornar o conceito de arquitetura sustentável tangível e acessível no dia a dia.”

Outros no mundo da manufatura aditiva também estão experimentando e utilizando micélio. Por exemplo, o estúdio de design bioMATTERS trabalhou com o fungo em combinação com argila e materiais residuais para criar uma série de vasos esculturais impressos em 3D. Uma equipe de pesquisa da Universidade de Washington também experimentou recentemente com micélio, desenvolvendo o Mycofluid, um material compostável para impressão 3D feito de borra de café e esporos de cogumelos que poderia ser usado como alternativa às embalagens plásticas. Para saber mais sobre o material, acesse o site.
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