Japão pode se tornar um dos maiores fornecedores mundiais de terras raras

Pequeno e remoto território de apenas 1,2 km² de área, a ilha de Minamitorishima pode tornar o Japão um dos maiores fornecedores mundiais de terras raras, minerais essenciais para a fabricação de veículos movidos à eletricidade e de baterias de smartphones.

Nada menos do que 16 milhões de t desses metais valiosos descobertos em um depósito desta ilhota quase desabitada do Oceano Pacífico (mapa), e usada pelo Japão como mero posto avançado meteorológico, estão como que somente à espera do trabalho de levantamento se concluir e de a exploração ser iniciada.

Para ter uma ideia da importância das reservas da ilhota, um estudo publicado na revista “Nature” dá conta de que há, ali, minerais suficientes para atender a demanda global por séculos. Há, por exemplo, ítrio para cerca de 780 anos, disprósio para 730 anos, európio para 620 anos e térbio para 420 anos.

A descoberta, feita por pesquisadores de universidades e centros de pesquisa de Tóquio, deve causar um impacto tremendo e profundas modificações neste mercado, que é hoje totalmente controlado pela China.

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Fonte:(https://ipesi.com.br)

Os chamados minerais de terras raras, uma referência à sua composição, que pode conter um ou mais dos 17 metais de terras raras, são abundantes na crosta terrestre, mas, na maior parte das vezes, encontram-se dispersos, e não agrupados, o que torna difícil a extração.

Por isso, atualmente, há poucas áreas viáveis economicamente onde esses elementos podem ser minerados – atividade que, além de tecnologicamente complicada, na maior parte das vezes custa muito caro.

A China é um dos países que mais detém esses minerais e que responde ao desafio de extraí-los, conseguindo assim abastecer praticamente todo o planeta – inclusive o Japão, país vizinho e ironicamente um dos maiores produtores de eletrônicos do globo.

O Japão e o novo cenário

“Trata-se de uma verdadeira uma mudança de panorama para o Japão”, comentou um porta-voz do mercado de terras raras ao jornal “The Wall Street Journal”. “A corrida para desenvolver os recursos necessários para minerar já estão acontecendo e deve dar frutos em breve.”

Mas o porta-voz reconhece que a exploração dessas reservas não será brincadeira de criança, especialmente devido às dificuldades logísticas.

De fato, a ilha constitui o território mais oriental sob a soberania do Japão, estando administrativamente integrada nas ilhas Ogasawara, embora se situe a 1.848 km a sudeste de Tóquio e 1.267 km ao leste da ilha japonesa mais próxima, Minami Iōjima, e não muito longe das ilhas Marianas.

As exigências logísticas e financeiras provocadas por essas distâncias são óbvias e terão de ser cumpridas para a exploração deslanchar.

Outra ironia nessa história é que o Japão iniciou a busca por seus próprios depósitos de minerais de terras raras por causa justamente de uma disputa geopolítica com a China.

Ambos os países travaram uma guerra de nervos pelo controle de algumas ilhas em que ambas as nações reivindicavam como suas, em 2014.

Talvez tivesse sido melhor negócio para os chineses deixar essas ilhas para o Japão e continuar a vender as caras terras raras por mais tempo. Para saber mais sobre os depósitos acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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