Programa Exporta SP busca capacitar pequenos empresários interessados em vender para o exterior

Indiferente ao enorme tarifaço de 50% sobre os produtos brasileiros determinado pelo presidente norte-americano Donald Trump, o governo do estado de São Paulo pretende capacitar micro, pequenas e médias empresas, além de startups e produtores rurais, eventualmente interessados em exportar produtos e serviços, não necessariamente para os Estados Unidos.

O programa Exporta SP, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) e da InvestSP, agência de promoção de investimentos vinculada à pasta, está aberto a empreendedores de qualquer região do estado e de qualquer setor da economia.

As inscrições da primeira leva se encerrariam no dia 31 de julho.

A capacitação é gratuita e 100% online. Durante três meses, neste segundo semestre, os empreendedores participarão de dois encontros coletivos por semana.

Eles ainda terão acesso a até quatro mentorias, ou seja, encontros individuais com especialistas, nos quais poderão debater as necessidades e os desafios específicos de seus negócios.

O Exporta SP foi organizado pela Diretoria de Relações Internacionais e Comércio Exterior da InvestSP, que é responsável pelos quatro escritórios internacionais do governo paulista, localizados na Europa, na América do Norte, na Ásia e no Oriente Médio.

“Ao investir na capacitação empreendedora, vamos incentivar os pequenos negócios a buscar novos mercados e promover um tipo de desenvolvimento que sempre gera mais emprego e renda, além de riqueza sustentável para o estado”, resume o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima.

A capacitação aborda os temas que mais desafiam os empresários no processo de internacionalização, como formação de preços, adequação de produtos e serviços, inteligência comercial, planos de marketing e vendas. As empresas participantes ainda contam com apoio de especialistas por até dois anos.

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Fonte:(https://ipesi.com.br)

Para o presidente da InvestSP, Rui Gomes, ao acessar o mercado internacional, a pequena empresa desenvolve novas habilidades e se torna mais competitiva, além de aumentar seu faturamento e diversificar suas fontes de receita, o que gera mais segurança.

“Mas para isto, é necessário que o empresário antes se capacite de modo a enfrentar a nova realidade”, afirma o dirigente. “Por isso, é fundamental apoiarmos os pequenos negócios, que são responsáveis por mais da metade dos empregos gerados no Brasil.”

ALAVANCA

Um objetivo implícito no programa Exporta SP é de também torná-lo uma alavanca para o aumento da participação do estado de São Paulo nas exportações brasileiras, na qual já lidera com certa folga, com destaque para o agronegócio e os produtos manufaturados.

Em 2024, as exportações paulistas movimentaram US$ 73 bilhões, o equivalente a mais de R$ 420 bilhões. O estado mantém inclusive um superávit comercial significativo. Também em 2024, São Paulo registrou um superávit de R$ 150 bilhões no agronegócio, por exemplo, com destaque para o complexo sucroalcooleiro, carnes, produtos florestais e sucos.

A Argentina e outros países da América do Sul, China, União Europeia e Estados Unidos (neste caso, pelo menos por enquanto) são os principais destinos das exportações paulistas, cujo portfólio é bastante diversificado.

No agronegócio, os principais produtos exportados são açúcar e etanol, carnes (principalmente bovina), soja, produtos florestais (celulose e papel), sucos (principalmente de laranja), melaço e café.

Mas óleos brutos de petróleo, minério de ferro e seus concentrados, máquinas e equipamento industriais, aviões e automóveis também constam da lista.

Como resultado, São Paulo é responsável por uma parcela significativa das exportações brasileiras. O estado concentra uma grande quantidade de empresas exportadoras, com quase metade delas estando localizadas nesta unidade da federação.

De fato, de cada 10 empresas brasileiras que exportam, entre quatro e cinco ficam no estado de São Paulo. São 12.865, o que representa 44,6% das 28.847 companhias do país que vendem para o exterior. Os dados, referentes a 2024, aparecem em levantamento da Secretaria Nacional de Comércio Exterior (Secex).

O documento mostra que São Paulo tem quase quatro vezes mais empresas exportadoras que o segundo colocado no ranking nacional, o Rio de Janeiro, e obviamente bem mais do que os estados que compõe o topo do ranking, a saber, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Mato Grosso e Paraná.

São Paulo é ainda a unidade da federação com o maior número de municípios exportadores, com 435 cidades vendendo para o exterior, seguida por Minas Gerais (362), Rio Grande do Sul (257), Paraná (221), Santa Catarina (211) e Bahia (148). Inclusive, o total de empresas exportadoras paulista cresceu 2% na comparação com 2023, mais que o avanço da média nacional, de 1,1%.

PARTICIPAÇÃO PEQUENA

Registre-se que estatísticas que acompanham o desempenho brasileiro desde 2008 mostram que o número de micro e pequenas empresas exportadoras mais que dobrou, passando de 5 mil para 11.469 em 2024.

Os dados integram o relatório Exportação e Importação por Porte Fiscal das Empresas, elaborado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

O crescimento do número de MPEs nas exportações é superior ao das médias e grandes empresas. O aumento médio anual foi de 10,3%, quatro vezes mais que o destas últimas, com 2,5%.

Apesar desse movimento positivo, a situação ainda está longe do real potencial do setor. De acordo com dados da Balança Comercial, em 2022 as exportações brasileiras somaram US$ 335 bilhões, mas as MPEs foram responsáveis por apenas US$ 3,1 bilhões, ou menos de 1%.

PUJANÇA

Uma das bases do programa de exportações do governo paulista são os resultados positivos nas atividades econômicas observadas nos últimos 12 meses.

Os setores da Indústria, Comércio e Serviços tiveram variação positiva nos últimos 12 meses até o mês de março. A pesquisa foi divulgada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), com base nos resultados das Pesquisas Mensais de Indústria-Produção Física (PMI-PF), Comércio (PMC) e Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em março de 2025, a indústria de transformação paulista cresceu 1,3% em relação ao mês anterior, já descontados os efeitos sazonais. Na comparação do acumulado em 12 meses, observa-se uma recuperação do indicador em relação ao mês anterior, ao passar de 3% para 3,3%, entre fevereiro e março de 2025.

Em março, na comparação com fevereiro, dos 17 segmentos industriais pesquisados pelo IBGE, 12 obtiveram variações positivas em relação ao mês anterior.

O segmento com maior crescimento foi a fabricação de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (11%). Na sequência, merecem destaque a fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (4,8%) e a de bebidas (3,6%).

No acumulado em 12 meses, 14 setores industriais apresentaram comportamento positivo, com destaque para máquinas, aparelhos e materiais elétricos, com elevação de 14,2%, outros equipamentos de transporte (exceto veículos automotores) (11,4%), veículos automotores, reboques e carrocerias (10,6%) e produtos têxteis (9,9%).

O setor de Serviços registrou taxa de crescimento de 4,7% no acumulado dos últimos 12 meses. Três setores mostraram resultados positivos no período, com a liderança do setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, que avançou 9,7%, seguido pelos serviços de informação e comunicação (8%).

Já o comércio varejista paulista registrou aumento de 1% em março em relação ao mês anterior. No acumulado dos últimos 12 meses, o comércio varejista cresceu 2,5% até março de 2025.

Entre as 10 atividades acompanhadas pelo IBGE para o estado de São Paulo, seis registraram comportamento positivo em março de 2025 em relação ao mês anterior, com destaque para equipamento e materiais de escritório, informática e comunicação (3,4%) e hipermercado, supermercado, produtos alimentícios, bebidas e fumo.

Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, nove segmentos apresentaram crescimento, sendo que as maiores altas ocorreram para equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (29,8%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (10,1%). Para saber mais sobre o programa acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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