Receita do setor de máquinas e equipamentos recua mais de 17% no primeiro bimestre

O mercado de máquinas e equipamentos no Brasil apresentou crescimento de janeiro para fevereiro, como era esperado, já que historicamente o volume de negócios no primeiro mês do ano costuma ser mais fraco. A receita líquida total no mês de fevereiro foi de R$ 19.230,81 milhões, 16,7% a mais que no mês anterior. Porém, na comparação com fevereiro de 2023, a receita recuou 14%. No primeiro bimestre, o faturamento somou R$ 35.706,25 milhões, 17,5% menos que no mesmo período de 2023, de acordo com dados divulgados pela Abimaq, no dia 27 de março.

Apesar do desempenho negativo na comparação com faturamento do primeiro bimestre de 2023, a Abimaq ainda mantém a projeção de crescimento da ordem de 3% em 2024. Segundo Leonardo Silva, analista de Economia e Estatística da Abimaq, para uma análise mais segura do comportamento setorial será necessário observar os resultados de março, para em abril fazer uma reavaliação das projeções, se necessário.

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Fonte:(https://ipesi.com.br)

A receita líquida interna de R$ 15.123,13 milhões em fevereiro é 33,9% superior à de janeiro, mas 9% menor que a de fevereiro de 2023. No bimestre, a receita somou R$ 26.414,68 milhões, 18% menos que no mesmo período de 2023.

“As receitas de vendas de máquinas no mercado doméstico vêm desde o ano de 2022 registrando retração continuamente. Em 2022 a queda foi de 6,9%, em 2023, de 15,4% e, em 2024, o primeiro bimestre do ano registrou queda de 18% em relação ao mesmo período de 2023, que já tinha sido baixo. Com esse resultado, as receitas de vendas no mercado interno retornaram ao nível da crise fiscal de 2016 – 2017”, diz o relatório da Abimaq distribuído à imprensa.

MERCADO EXTERNO

As exportações de máquinas e equipamentos vinham crescendo de forma consistente, compensando parcialmente o modesto desempenho setorial no mercado interno. Em 2023, setor apresentou desempenho histórico, exportando quase US$ 14 bilhões em máquinas e equipamentos, superando o recorde que ocorreu em 2012.

Porém, em fevereiro de 2024, as exportações somaram US$ 829,41 milhões, um tombo de 21,4% em relação a janeiro e de 23,2% na comparação com fevereiro de 2023. No primeiro bimestre, as exportações somaram US$ 1.884,24 milhões, 9,2% menos que no mesmo período de 2023. As exportações medidas em quantidades físicas também registraram queda neste início de ano. Em relação ao mês de fevereiro de 2023 a queda foi de 24,9% e em relação a janeiro de 2024 de 24,3%.

No mês de fevereiro de 2024, houve a contração nas exportações de em 7 dos 7 grupos setoriais monitorados, em relação a janeiro. Dentre os grupos que registraram maior queda estão os produtores de máquinas para a indústria de transformação, tanto as direcionadas para fabricação de bens duráveis como de não duráveis.

No primeiro bimestre, houve forte aumento nas exportações de Máquinas e Equipamentos para Infraestrutura e Indústria de Base para Cingapura, concentrado num projeto de tratamento de água. Com esta venda, o país passou a ser o quarto principal destino das exportações nacionais de máquinas e equipamentos, saltando de uma participação de 0,9% em janeiro-fevereiro de 2023 para 5,9% das exportações no mesmo período desse ano.

Para a Argentina, que no ano passado chegou a absorver quase 13% das exportações, houve uma queda de mais de 50%, chegando este ano a 6,8% na participação total.

De forma geral as exportações de máquinas produzidas no Brasil foram direcionadas para os países da América do Norte, que consumiram no período cerca de 40% do total. A América do Sul absorveu em torno de 29% do total de máquinas e equipamentos exportados.

IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS

Em fevereiro, as importações foram de US$ 2.134,30 milhões, 7,2% menos que em janeiro e 12,4% acima do mesmo mês de 2023. No primeiro bimestre, as importações somaram US$ 4.433,97 milhões, 9,7% a mais que no mesmo período de 2023.

O crescimento das importações no acumulado do ano ocorreu, apesar da queda no consumo de máquinas consumidas no Brasil. Houve, portanto, o deslocamento da produção nacional. Somente 53,7% das máquinas comercializadas no país foram de produção nacional.

O crescimento no volume de importações ocorre de forma generalizada. As exceções foram nos setores mais dependentes de crédito como é o caso da construção civil (-2,5%) e também o setor agrícola (-25,7%), que teve adicionalmente a rentabilidade impactada negativamente pela variação cambial e pelos preços das commodities.

Entre as principais origens das importações, China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking. A China, em 2024, voltou a registrar crescimento no mercado nacional depois de leve recuo em 2023, e se mantém com folga como a principal origem das importações. Em janeiro de 2024, a China ficou com a fatia de cerca de 30% de todas as máquinas que entraram no Brasil.

A China, desde 1997, vem apresentando firme tendência de ocupação do mercado mundial e nacional de máquinas e equipamentos. No cenário global só está atrás da Alemanha e no nacional é o principal fornecedor estrangeiro.

NUCI E CARTEIRA DE PEDIDOS

O nível de utilização da capacidade instalada da indústria de máquinas e equipamentos subiu para 71,4% em fevereiro, mas se encontra 7,7% abaixo do nível observado no final no mesmo mês de 2023 (77,4%). Em média, no período o setor operou com 2 turnos. Nos últimos 12 meses ano o setor atuou em média com 74,8% da sua capacidade instalada.

A carteira média de pedidos durante o mês fevereiro estabilizou em 9,4 semanas. Dentre os setores fabricantes, os que estão com carteira baixa são os que produzem máquinas destinadas a indústria, para agricultura e para construção civil.

EMPREGOS

O setor encerrou o mês de fevereiro de 2024 com 387,920 mil trabalhadores, uma leve queda de 0,4% em relação a janeiro. Em relação ao mesmo mês do ano passado o setor encolheu sua força de trabalho em 1,7%. Os setores que registraram mais demissões foram os destacados pela piora na receita de vendas já em 2023: os fabricantes de máquinas agrícolas e de máquinas para a indústria de transformação. Para saber mais sobre o desempenho do setor acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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