O mercado de máquinas e equipamentos dá sinais de recuperação no mês. A receita líquida total obtida foi de R$ 27.727,51 milhões, com crescimento de 27,4% em comparação ao mês de fevereiro. A variação da receita de fevereiro para março, obtida no mercado interno foi ainda maior: 31,1%, totalizando R$ 21.188,28 milhões, de acordo com dados divulgados pela Abimaq, no dia 26 de abril.
Apesar do forte crescimento de fevereiro para março, o desempenho não foi suficiente para compensar as quedas verificadas nos meses anteriores e, no acumulado do primeiro trimestre, o setor registrou receita líquida total de R$ 69.855,63 milhões, 4,6% a menos que período de janeiro a março de 2022. A queda relativa na receita obtida no mercado doméstico no trimestre foi ainda maior: 10,3%, com total de R$ 242.764,87 milhões.
“Os números de março vieram bons”, diz Cristina Zanella, diretora de competitividade, economia e estatística da Abimaq, que tem a expectativa de que o mercado continue a manter a trajetória ascendente nos próximos meses. E é provável isso aconteça até porque as grandes feiras setoriais começam a ser realizadas no Brasil. No final de março, foi realizada a Plástico Brasil, que recebeu público de 51 mil pessoas, e muitos expositores relataram ter fechado negócios durante o evento ou os engatilharam para os meses vindouros.
De 1º a 5 de maio será realizada a Agrishow, em Ribeirão Preto (SP), com a participação de 800 marcas do Brasil e exterior. Em que pesem os juros elevados e o financiamento escasso, o evento costuma alavancar o mercado de equipamentos agrícolas. Só com vendas externas a serem realizadas pelas empresas que participam do programa Brazil Machinery Solutions (BMS) projeta-se um volume de negócios da ordem US$ 15 bilhões. Participam cerca de 60 fabricantes brasileiros de máquinas e equipamentos e 16 compradores, entre distribuidores, representantes e importadores finais, vindos de 11 países da América Latina, dos EUA, da África e da Europa. Serão realizadas de 450 reuniões entre fabricantes brasileiros e empresas do exterior.
Já de Expomafe será realizada de 9 a 13 de maio, com a participação de 900 marcas nacionais e internacionais. São esperados mais de 55 mil visitantes. O evento deve animar principalmente os negócios dos setores de máquinas-ferramenta, automação industrial.
Exportações
As vendas externas foram o grande destaque positivo no primeiro trimestre de 2023, somando US$ 3.347,39 milhões, com crescimento de 28,7 % em comparação ao mesmo período de 2022. Em reais, as exportações acumularam crescimento de 17,8%. Em unidades físicas, o crescimento foi de 14%.
No mês de março de 2023 as exportações de máquinas e equipamentos somaram US$ 1.254,78 milhão, superando novamente a marca de US$ 1 bilhão. O setor registrou crescimento de 16% em relação ao mês de fevereiro de 2023 e de 24,2% em relação ao mesmo mês de 2022. No primeiro trimestre de 2022, as exportações foram, em média, de US$ 870 milhões ao mês. A partir do segundo trimestre subiram para pouco mais de US$ 1 bilhão. As vendas externas de março contribuíram para sustentar parte importante das vendas de máquinas e equipamentos.
No primeiro trimestre de 2023, houve aumento das exportações para todas as regiões. O aumento para países da América do Norte e do Sul continua como o destaque. No período, o crescimento foi de 33,7% e 30,1%, respectivamente. A maior parte das exportações foi direcionada para a América do Sul, 35,8% do total de máquinas e equipamentos exportado pelo país. A América do Norte consumiu, no primeiro trimestre do ano, 33,4% das exportações e a Europa 13,8%.
Importações
No primeiro trimestre, as importações somaram US$ 6.425,32 milhões, 8,2% acima do mesmo período de 2022. De acordo com o relatório da Abimaq, a variável preço, tem exercido influência maior nos resultados das importações nos últimos meses. “No primeiro trimestre o crescimento dos preços foi de 7,4%, enquanto que no volume medido em unidades cresceu 1,3%”, diz.
No primeiro trimestre de 2023, houve retração apenas nas importações de máquinas para infraestrutura e indústria de base (29,3%). Quase todos os demais segmentos registraram aumento. Houve crescimento nas importações de máquinas para a indústria de transformação, para logística e construção, fabricação de bens de consumo, para agricultura e para petróleo.
As importações de componentes, bens utilizados em reposição de peças e também na fabricação de bens capital, que representam quase um terço das importações de máquinas e equipamentos do Brasil, no período registraram relativa estabilidade (+1%).
Entre as principais origens das importações, China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking respectivamente. A China, mesmo tendo registrado queda na sua participação nas importações nacionais de máquinas e equipamentos, na comparação com o mesmo período de 2022 (-9,8%), se manteve como a principal origem das importações. Nesse começo de ano houve ganho da participação dos bens com origens nos EUA e Alemanha, que cresceram no acumulado do ano 30,9% e 35,9%, respectivamente.
Capacidade Instalada
Após os fortes ajustes no nível de utilização durante os meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023, o setor fabricante de máquinas e equipamentos voltou a ocupar 78% da sua capacidade instalada nos últimos dois meses. Em 2022, o setor atuava com 79,9% da sua capacidade instalada.
Em março de 2023 o número de número de semanas necessário para atendimento da carteira de pedidos recuou para 10,7 a quarta queda consecutiva observada.
Empregos
O primeiro trimestre de 2023 recompôs parte da mão de obra perdida durante o último trimestre de 2022, quando foram perdidos quase 10 mil postos de trabalho (de 400 mil para 390 mil).
No primeiro trimestre de 2023, houve recomposição de alguns postos. O número de pessoas empregadas na indústria de máquinas e equipamentos subiu para 395 mil. O setor ainda está com um quadro de 5 mil pessoas a menos, em relação ao nível de setembro do ano passado. Para saber mais sobre o desempenho do setor acesse o site.
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