Setor de máquinas e equipamentos prevê crescimento de 2,4% em 2023

O setor de máquinas e equipamentos encerrou o ano de 2022 com queda no faturamento. No ano, a receita líquida total somou R$ 310.442,35 milhões, com queda de 5,9% na comparação com 2021, de acordo com os dados divulgados pela Abimaq, no dia 31 de janeiro. Para 2023, segundo a diretora-executiva de Economia Estatística e Competitividade da entidade, Cristina Zanella, a projeção é de “relativa recuperação” em relação a 2022, com crescimento de 2,4% na receita, com incremento de menos de 1% nas vendas para o mercado doméstico e crescimento de 8% nas exportações em dólares dos EUA.

A taxa de crescimento modesta esperada para 2023 se deve aos conhecidos problemas que travam os investimentos, como a elevada taxa de juros praticada no Brasil. A queda nos investimentos das empresas do próprio setor de bens capital projetada para esse ano também reduz as expectativas de vendas. São esperados investimentos de R$ 12 bilhões da indústria setorial, 21,6% abaixo do previsto no início do ano passado (R$ 15,4 bilhões) e 26,4% menos do que o realizado em 2022 (R$ 16,5 bilhões)

O desempenho geral “abaixo das expectativas” em 2022, como qualifica Cristina Zanella, deve-se em boa parte ao desempenho no mercado doméstico. A receita interna líquida em 2022 somou R$ 245.825,21 milhões, 7% menos que em 2021. Por outro lado, as exportações em dólares cresceram 21% em 2022, somando US$ 12.184,73 milhões. Em unidades físicas as exportações aumentaram cerca de 7%.

De acordo com a executiva da Abimaq, em oito meses de 2022, as exportações superam a marca de US$ 1 bilhão/mês, o que só havia sido visto em 2012. No ano, as vendas externas foram responsáveis por mais de 20% da receita total do setor. Entretanto, ao converter o valor em dólares para reais, “que é o que efetivamente entra nos caixas das empresas, pela valorização do câmbio, boa parte desse crescimento foi anulado, o que refletiu em menor incremento da receita total.”

Segundo a Abimaq, em 2022 houve aumento nas exportações de quase todos os tipos de máquinas. O destaque ficou para o setor de máquinas para agricultura, que registrou crescimento de 32% no ano, passando de uma participação de 14% para 16% no total das exportações de máquinas. Destacaram-se também as vendas externas de máquinas para a indústria de transformação que cresceu 27,6%, embora com participação no setor relativamente menor (6,8%).

maquinas
A indústria do petróleo foi uma das que registrou maior alta.

Em 2022, houve aumento das exportações para a maioria dos países. O aumento para os países da América do Sul continua como destaque. No ano o crescimento foi de 36,3% em relação a 2021, puxado pelo mercado argentino, que expandiu a compra de máquinas nacionais em mais de 60,9%.  Em 2022, a participação média histórica de países da América do Sul no total das exportações voltou ao patamar de 37%, nível observado em período anterior a 2018.

Na América do Norte também houve crescimento das vendas (+18,3%) assim como em países europeus (20,9%).

IMPORTAÇÕES DE MÁQUINAS

O volume de importações em 2022 somou US$ 24.885,86 milhões, com crescimento de 13,8% em comparação a 2021. No ano o crescimento das importações atingiu todas as atividades. Os maiores crescimentos percentuais ocorreram na importação de Máquinas para agricultura (49,5%) e Máquinas para petróleo e energia renovável (49,7%).

Entre as principais origens das importações, pela ordem, China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking. No ano de 2022, as importações oriundas da China cresceram 23% e passaram a representar 27,8% das máquinas importadas adquiridas pelo Brasil. A China, desde 2007, vem apresentando firme tendência de ocupação do mercado mundial e nacional de máquinas e equipamentos. No Brasil passou de uma participação de 6,9% para 27,8%, mais de 20 p.p. em 15 anos. Dentre as demais regiões fornecedoras de máquinas para o Brasil os EUA registraram crescimento de 11,2% em 2022, a Alemanha 3,4%, já a Itália queda -4,7%. Para saber mais acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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