Setor mineral brasileiro pretende investir US$ 40 bilhões entre 2022 e 2026

Projeção do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) dá conta de que, entre 2022 e 2026, o setor tem programado investimentos de US$ 40 bilhões no Brasil, sendo cerca de US$ 4 bilhões, ou 10% do total, em investimentos socioambientais. Estes investimentos deverão ser feitos mesmo com o setor não estar repetindo, em 2022, o bom desempenho de anos passados.

A queda do setor mineral

De fato, segundo outra projeção do Ibram, o faturamento do setor mineral brasileiro alcançou R$ 75,8 bilhões no terceiro trimestre deste ano, uma queda de 30% sobre o mesmo trimestre de 2021. Mesmo assim, a produção do país passou de 355 milhões para 365 milhões de t nas comparações trimestrais, um razoável incremento de 3%.

A queda no faturamento é explicada tanto por fatores externos como climáticos. Houve significativa redução da produção e da demanda de aço na China, o que influenciou negativamente o desempenho do minério de ferro, carro chefe da mineração brasileira, em termos de produção e exportação.

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Fonte:(https://ipesi.com.br)

A contribuir está havendo ainda o problema das restrições à produção industrial na China em razão da Covid-19. Fenômenos climáticos recorrentes neste ano, como tufões e chuvas intensas, também estão influenciando o mercado e a produção de aço no país asiático, principal consumidor do nosso minério de ferro.

O conflito na Ucrânia também está prejudicando as exportações, devido à crise de energia que reduziu significativamente a produção de aço na Europa.

“Mas é preciso notar que a mineração é um setor historicamente cíclico, sazonal, que sofre influências de diversas fontes”, diz o diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann. “Por isso, essa queda não nos preocupa. A mineração continua mantendo posição fundamental na economia brasileira, tendo respondido por R$ 26,1 bilhões de arrecadação de tributos e encargos no terceiro trimestre”.

Para Jungmann, no entanto, se este cenário hoje um pouco mais sombrio não afeta os investimentos previstos, estes poderiam ser muito maiores, se o Brasil contasse com instrumentos de financiamento da atividade mineral, como mantém para outros setores igualmente competitivos, como o agronegócio.

Na opinião do presidente do Ibram, isto é algo em que o Brasil deveria parar para pensar, especialmente devido à comprovada capacidade da mineração de gerar empregos. Só nos primeiro oito meses de 2022, o setor gerou mais de 5,6 mil vagas, totalizando 203,8 mil vagas diretas. De janeiro de 2021 a agosto de 2022, o total de vagas criadas alcançou 18.313.

Minério de ferro

O minério de ferro continuou dando as cartas no setor no terceiro trimestre, respondendo por 64% do faturamento total. No entanto, o desempenho do faturamento desse minério apresentou queda de 43%, sendo R$ 48,2 bilhões no trimestre e R$ 85,1 bilhões no mesmo período de 2021.

Foi o mau desempenho do minério de ferro, que responde por cerca de 70% das exportações minerais brasileiras, obviamente, o principal responsável pela queda geral do faturamento do setor.

Mas outros produtos também apontaram para baixo. O faturamento relacionado ao ouro, por exemplo, caiu 4% entre julho e setembro de 2022, para R$ 6,2 bilhões. O ouro representou 8% do faturamento da mineração no trimestre.

Já o faturamento do cobre caiu 13%, para R$ 4 bilhões no terceiro trimestre. O cobre respondeu por 5% do faturamento total no período.

De outro lado, o faturamento do calcário dolomítico, da bauxita e do granito tiveram altas expressivas no trimestre, de 35%, 51%, e 46%, respectivamente, sobre o mesmo trimestre de 2021. Os valores foram, também respectivamente, de R$ 3,2 bilhões; R$ 1,8 bilhão; R$ 1,5 bilhão.

Estados mineradores

Entre os estados mineradores, Minas Gerais teve faturamento de R$ 29,7 bilhões, decréscimo de 38%, enquanto o Pará caiu 37%, curiosamente também para R$ 29,7 bilhões. No trimestre, os dois estados responderam com 39% cada um na produção mineral total brasileira.

Goiás registrou crescimento no faturamento de 30%, para R$ 2,9 bilhões, e respondeu por 4% da produção mineral brasileira no trimestre, enquanto a Bahia faturou R$ 2,5 bilhões, 3% a menos sobre o mesmo trimestre de 2021. O estado respondeu por 3% da produção mineral brasileira no terceiro trimestre.

São Paulo e Mato Grosso obtiveram faturamento de R$ 2,2 bilhões (+20%) e R$ 2,1 bilhões (+25%) na comparação com o mesmo trimestre do último ano. São Paulo tem sua produção focada principalmente em agregados para a construção civil e granito, sendo ainda importante produtor de água mineral e fosfato.

Já o Mato Grosso produz ouro e calcário dolomítico, este muito usado na correção de solos. Os dois estados responderam, cada um, por 3% da produção mineral brasileira.

Em relação às importações, o Brasil gastou US$ 4,8 bilhões para comprar cerca de 9,7 milhões de t no terceiro trimestre de 2022, uma queda de 20,5% sobre o mesmo período de 2021.

As importações que mais cresceram em termos de gastos foram a de carvão mineral (65,1%), potássio (133%), enxofre (112,1%) e rocha fosfática (80,7%). Mas, em toneladas, houve declínio nas compras desses minérios, à exceção do enxofre. Para saber mais acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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