Neste artigo, compartilho com vocês o conteúdo que preparei para a edição 125 da revista ABENDI, publicada em fevereiro de 2025. Com o tema “Manufatura Aditiva: Do ambiente virtual para o chão de fábrica”, a edição da revista explorou as transformações que essa tecnologia vem promovendo na indústria. Se você ainda não teve a chance de conferir, aproveite agora para mergulhar nesse conteúdo!
A manufatura aditiva, apesar de ser um processo de fabricação que existe a mais de 20 anos, é uma das tecnologias chaves da Indústria 4.0. Conforme as normas ABNT, ASTM e ISO (ISO/ASTM 52900, F2792-12a), trata-se de um “processo de união de materiais para fazer peças a partir de dados de modelos 3D, geralmente camada sobre camada, em oposição às metodologias de manufatura subtrativa e manufatura formativa”. Outros termos comuns para MA são: prototipagem rápida e impressão 3D.
Um dos grandes diferenciais da manufatura aditiva é a sua capacidade de criar geometrias complexas e peças customizadas, as quais são, muitas vezes, inviáveis (técnica ou financeiramente) de serem produzidas pelos métodos tradicionais de fabricação (usinagem, forjamento, injeção etc.). Por este motivo, nos últimos anos, a manufatura aditiva começou a se destacar e ser utilizada com mais aplicações a nível industrial.
Devido a isto, principalmente para setores altamente regulamentados por normas e com maiores necessidades de segurança e qualidade das peças, é fundamental as inspeções das peças fabricadas por MA. Entretanto, a complexidade geométrica destas peças pode introduzir desafios significativos para os END, uma vez que áreas não lineares e volumes fechados podem ser inacessíveis para ferramentas de inspeção convencionais.
Adicionalmente, o aumento no tamanho das peças fabricadas acrescenta outra camada de dificuldade ao processo de inspeção. Por estes motivos, os END têm evoluído para atender às demandas específicas dessa tecnologia emergente. E é aqui que algumas oportunidades aparecem, para profissionais que atuam com Ensaios Não Destrutivos.
Estudos projetam que o mercado global de manufatura aditiva (MA) cresce a uma taxa anual de mais de 20%, com projeções de atingir mais de US$ 34 bilhões até 2026. Neste mercado, serão impactados desde fabricantes de impressoras 3D e softwares para o processo de fabricação, mas também o setor de pós-processamento e garantia de qualidade das peças produzidas.
Uma das principais contribuições dos END na MA é a capacidade de detectar falhas internas, como porosidades, rachaduras e inclusões, muitas vezes invisíveis a olho nu. Essas imperfeições podem comprometer o desempenho mecânico de componentes críticos, especialmente em setores altamente regulados, como o aeroespacial, automotivo e médico.
Como as técnicas de END podem ser aplicadas à MA?
Várias técnicas de END têm sido aplicadas com sucesso à manufatura aditiva. Entre as mais relevantes estão:
- Tomografia Computadorizada: utilizada para identificar porosidades e inclusões internas, com alta precisão na geração de modelos 3D detalhados das peças. Embora sua confiabilidade dependa da densidade e do tamanho da peça, continua sendo uma das ferramentas mais robustas para controle de qualidade.
- Testes de Ultrassom: esta técnica é importante para detectar falhas internas, como rachaduras e porosidades, especialmente em metais (material que está cada vez mais sendo utilizado nas indústrias). Essa técnica se destaca por sua capacidade de ser integrada ao processo de fabricação.
- Termografia Infravermelha: consegue detectar defeitos superficiais e variações térmicas que indicam irregularidades estruturais. Apesar de suas limitações em defeitos menores, sua velocidade e segurança operacional são vantagens significativas.
- Testes de Emissão Acústica: tem o foco na detecção de falhas durante o processo de fabricação, como trincas ou lacunas entre camadas, oferecendo análise em tempo real.
E quais são os desafios e tendências para END na MA?
Apesar dos avanços nos últimos anos, a aplicação de END na MA ainda enfrenta desafios (o que significa que há muitas oportunidades!). Entre os desafios estão a necessidade de padronização de processos, a criação de bancos de dados abrangentes para materiais e a integração de tecnologias (como aprendizado de máquina) para análise preditiva e automatização de detecções.
O futuro aponta para o desenvolvimento de técnicas mais robustas e acessíveis, capazes de lidar com a crescente complexidade dos processos de MA.
Capacitação na ABENDI – Manufatura Aditiva
A manufatura aditiva está transformando a forma como produtos são concebidos e fabricados, permitindo inovações que antes eram inimagináveis. Essa transformação, contudo, requer que os profissionais estejam atualizados e capacitados para lidar com as novas tecnologias e métodos de inspeção. A evolução dos END, impulsionada pelas demandas da MA, destaca a importância de uma formação contínua e especializada.
A partir da identificação destas necessidades de formação, a ABENDI está oferecendo um curso especializado em manufatura aditiva e ensaios não destrutivos. Essa é uma oportunidade imperdível para profissionais que desejam se destacar no mercado, adquirindo conhecimentos atualizados e habilidades práticas para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades que a integração dessas tecnologias proporciona.
O curso tem previsão de início em maio de 2025 e será online, com duração de 20h (7 módulos), sendo ministrado por Luan Saldanha, especialista no tema.
Não perca a chance de se capacitar e fazer parte da revolução que está moldando o futuro da indústria!
Grande abraço!
Luan Saldanha.
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