O investimento do setor automotivo no Brasil chega a R$ 97,3 bilhões, até 2033. A Stellantis anunciou ontem, 6 de março, investimento de R$ 30 bilhões de 2025 a 2030, na América do Sul. No dia anterior, a Toyota do Brasil divulgou que investirá R$ 11 bilhões até 2030, sendo R$ 5 bilhões até 2026. O anúncio foi realizado em cerimônia em Sorocaba (SP), onde a empresa tem fábrica. A montadora japonesa apresentou a plano de expansão da capacidade produtiva de veículos e motores e o lançamento de novos veículos com tecnologia híbrida.
Em fevereiro, a Volkswagen anunciou um aporte de R$ 9 bilhões no país até 2028, com foco em descarbonização, para lançar 16 novos veículos, incluindo modelos híbridos, 100% elétricos e total flex – o valor se soma a outros R$ 7 bilhões que já haviam sido anunciados pela montadora em 2022. Num primeiro momento, o novo investimento contempla o desenvolvimento e a produção de projetos inovadores para as quatro fábricas da empresa do Brasil.
Os novos investimentos se conectam a iniciativas de reindustrialização que têm norteado a gestão do Governo Federal, a exemplo de programas como Nova Indústria Brasil e Novo PAC, e se somam a investimentos recentes anunciados por outras montadoras, como a General Motors (R$ 7 bilhões, 2024/28); BYD (R$ 3 bilhões, 2024/30); e Hyundai (R$ 5,45 bilhões). Outros investimentos já anunciados são da Renault (R$ 5,1 bilhões, 2021/27); Nissan (R$ 2,8 bilhões, 2023/25); CAOA (R$ 4,5 bilhões, 2021/28); GWM (R$ 10 bilhões; 2023/32) e BMW (R$ 500 milhões).
TOYOTA
O CEO da Toyota para América Latina e Caribe, Rafael Chang, afirmou que esse é o “maior plano de investimentos da Toyota no Brasil” e destacou que a NIB traz novas diretrizes para uma efetiva reindustrialização verde do Brasil.
Com o investimento de R$ 11 bilhões, a Toyota anunciou a execução das obras de expansão do polo de produção de veículos híbridos flex em Sorocaba, que começará em abril deste ano. Além disso, serão produzidos novos modelos híbridos, promovendo a descarbonização do setor automotivo com tecnologias elétricas.
O planejamento da Toyota prevê a manutenção de 100% dos empregos e a criação de 500 novos postos de trabalho na planta de Sorocaba, com o objetivo de apoiar o crescimento da capacidade produtiva. As contratações terão início em meados de 2026 e, até 2030, deverão alcançar 2 mil novos empregos diretos e chegar a aproximadamente 10 mil postos de trabalho na cadeia produtiva com a soma das vagas indiretas.
Alinhado à Nova Indústria Brasil, o investimento prevê, ainda, o adensamento de cadeia produtiva, com produção de peças, componentes e sistemas de tecnologia de ponta no Brasil. A expectativa da montadora é que sejam gerados mais de dois mil empregos diretos até 2030. Somando também os indiretos, o número de novos postos de trabalho podem bater os 10 mil em 2030.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, que participou da cerimônia de anúncio feito pela Toyota do Brasil, destacou que a montadora está há 66 anos no Brasil. “A Toyota é a maior montadora do mundo e é a campeã na eletrificação. E é a campeã também nos híbridos flex. Eu acho que esse é o diferencial brasileiro. Você ter carro eletrificado, mas ter também o flex. Acho que vai ser um grande sucesso, e é um investimento importante. Mostra a confiança no Brasil”, afirmou o vice-presidente.
De acordo com Alckmin, a melhora do ambiente econômico brasileiro, a reforma tributária e o lançamento da Nova Indústria Brasil (NIB) resultam em um cenário brasileiro positivo para a atração de investimentos para o Brasil. “É uma somatória de esforços. E o Brasil está vivendo um momento que eu acho que é importante. A gente percebe vários anúncios de investimentos. Estamos confiantes de que nós vamos ter um crescimento na indústria esse ano”, disse.
O ministro destacou, ainda, que a descarbonização do setor automotivo, em linha com o anúncio da montadora, ganha força com o programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que deve ser regulamentado até o final deste mês. “São R$ 3,5 bilhões para estimular a inovação, a descarbonização e a exportação. Queremos uma indústria exportadora, como é a Toyota. 40% da sua produção é exportação e descarbonização. E São Paulo ainda tem um diferencial que é o etanol, então você vai poder fazer hidrogênio de baixo carbono através do etanol, que é outro diferencial aqui”, explicou o ministro. Para saber mais sobre os investimentos da companhia no país acesse o site.
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