A demanda mundial por uma série de minerais considerados críticos está crescendo vertiginosamente, porque são cada vez mais vitais para a economia global, em um momento em que diversos países fazem a transição para tecnologias digitais e verdes. Essa mudança é em grande parte impulsionada pela adoção de tecnologias energéticas de baixo ou zero carbono e eletromobilidade, que costumam exigir mais minerais que as alternativas tradicionais baseadas em combustíveis fósseis.
Segundo projeções do Banco Mundial, mais de 3 bilhões de toneladas desses minerais serão necessárias até 2050 apenas para as tecnologias de energia verde. No entanto, as atuais cadeias de suprimentos globais dependem principalmente de alguns países exportadores – China, República Democrática do Congo, Chile e África do Sul. A concentração geográfica das cadeias de suprimentos as torna suscetíveis a choques de mercado, eventos geopolíticos e interrupções logísticas. No Brasil, a elevada dependência de fertilizantes importados para a sustentabilidade do agronegócio levou o Plano Nacional de Fertilizantes ao objetivo de reduzir a dependência atual, da ordem de 85%, a partir de políticas e investimentos que promovam a produção de insumos fertilizantes no país.
O Brasil é um país com um vasto potencial geológico a ser explorado, apresentando uma rica diversidade de recursos minerais. Além do minério de ferro de alta qualidade, no país encontram-se 94% das reservas de nióbio, 22% do grafite, 16% de terras raras e 16% do níquel de todo o mundo. Com esse potencial, o país tem a oportunidade de ser a principal fronteira de investimento do setor e se posicionar estrategicamente como um parceiro e fornecedor com credibilidade para elevar os padrões sociais e ambientais do mercado global de minerais críticos para transição energética.
Nesse contexto, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a realização de chamada pública, em parceria com a Vale, para selecionar fundo de investimento que invista em projetos de pesquisa, desenvolvimento, implantação ou operação de minas de minerais para transição energética e descarbonização, e minerais para fertilização do solo.
A chamada ocorre no âmbito da Estratégia de Investimentos em Renda Variável da Bndespar, e uma de suas ações é viabilizar e apoiar projetos em setores estratégicos para o país, em linha com as missões definidas pela Nova Indústria Brasil (NIB). Com o objetivo desenvolver novas minas, o fundo será uma ferramenta importante para financiar a pesquisa mineral.
O edital define que a Bndespar e a Vale irão subscrever cotas no valor mínimo de R$ 100 milhões e máximo de R$ 250 milhões cada, observado o percentual máximo de 25% de participação para cada uma no capital comprometido total do Fundo.
A iniciativa permitirá que Bndespar e Vale atuem como catalisador de investimentos, alavancando investimentos privados e fortalecendo o mercado de capitais nacional, enquanto incentiva a produção de insumos fundamentais para a Transição Energética, Descarbonização e a Segurança Alimentar.
Para fins deste edital, as companhias alvo do fundo a ser selecionado são as detentoras de títulos minerários ou de direitos sobre recursos minerais, direta ou indiretamente, para mineração de cobalto, cobre, estanho, grafite, lítio, manganês, metais do grupo da platina (pgms), molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, terras raras, titânio, tungstênio, urânio, vanádio, zinco, fosfato, potássio ou outros minerais para promoção de fertilidade de solo. São elegíveis as companhias com sede e operações no Brasil, ou entidades com sede no exterior que detenham, no momento do primeiro investimento do fundo, ativos no Brasil que correspondam a 90% ou mais, e receita operacional bruta anual de até R$ 300 milhões. Para saber mais sobre o Edital acesse o site.
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