Ponha-se façanha nisto: o Paraná conseguiu este ano colocar outro município do estado, a pequena Assaí, de apenas 15 mil habitantes, entre as 7 cidades mais inteligentes do mundo, de acordo com o ranking internacional do Intelligent Community Forum (ICF).
A outra é Curitiba, a capital paranaense, que aliás entrou na lista pelo quarto ano consecutivo. O Paraná é o único estado brasileiro com cidades indicadas no ranking. Nenhuma outra cidade brasileira, além destas duas, logrou realizar esta proeza.
As demais selecionadas pelo fórum são Coral Gables (Flórida, Estados Unidos), Durham (Ontario, Canadá), Fredericton (New Brunswick, Canadá), Hilliard (Ohio, EUA) e Yunlin (Taiwan).
O resultado foi anunciado em Nova Taipé, Taiwan, durante o fórum NTPC Smart City 2024. Além do desempenho urbano-tecnológico, a premiação levou em conta também as ações de governança para a prosperidade econômica, a saúde social e ambiental e riqueza cultural.
O Top7 foi escolhido a partir de uma seleção prévia, o Smart21, divulgado em fevereiro pelo ICF com a lista das 21 comunidades mundiais mais inteligentes do mundo.
As 7 comunidades finalistas de 2024 terão agora seus modelos de desenvolvimento econômico, social e cultural na era digital apresentados durante o ICF Summit, em Barcelona (Espanha), em novembro, quando será anunciado o nome da comunidade mais inteligente do mundo deste ano.
A eleição de Assaí, que fica na região metropolitana de Londrina, no norte do Paraná, deveu-se ao fato de o município ser hoje, sem dúvida, um exemplo bem acabado de integração urbana em bases tecnológicas, de apoio ao empreendedorismo e à inovação, aposta em capital humano e construção de valor coletivo, sem a perda da essência de sua origem rural (hoje a cidade tem nos serviços a principal atividade, aparecendo a indústria logo em seguida).
O progresso da cidade deve-se também, em parte, à sua original colonização japonesa, cuja essência tampouco se perdeu. De fato, Assaí é o município brasileiro com a maior porcentagem de japoneses e descendentes em sua população (cerca de 15%), e o próprio nome do município vem do japonês asahi – tradução aproximada de “Sol Nascente”. As principais atrações turísticas da cidade remetem à arquitetura e aos costumes japoneses.
Diga-se que a eleição como uma das 7 cidades mais inteligentes do mundo não foi o único prêmio recebido por Assaí neste ano. O município também ganhou reconhecimento nacional na 12ª. edição do Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora. Sintomaticamente, Curitiba também foi reconhecida nesta ocasião. Assim como no ranking do ICF, o Paraná foi o único estado do país com dois troféus.
SINAIS DA INTELIGÊNCIA
Uma pesquisa realizada pela consultoria McKinsey estima que, até 2025 – o ano que vem, portanto -, as cidades inteligentes deverão gerar 60% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
O termo costuma, genericamente, ser utilizado para se referir a cidades que usam a tecnologia em favor dos moradores. Mas, o que é, de fato, uma cidade inteligente? O que esse conceito significa no Brasil? E quais seriam os principais exemplos de cidades inteligentes no mundo? São Paulo e Rio de Janeiro usam muita tecnologia em seu dia a dia urbano. Mas são cidades também muito desiguais e violentas.
De fato, cidades inteligentes são aquelas que utilizam tecnologia para melhorar a eficiência político-econômica e para amparar o seu desenvolvimento. Mas não se resumem a apenas isto.
O conceito é tão amplo, que abarca desde uma cidade que implanta sensores de Internet das Coisas conectados nas ruas para monitoramento do trânsito em tempo real, como também cidades que passam a privilegiar espaços verdes e meios de transporte públicos e alternativos à gasolina.
Dessa forma, segundo os especialistas, acaba fazendo mais sentido entender uma cidade inteligente como um espaço onde vivem governos e sociedades mais inteligentes, na qual a tecnologia é apenas um instrumento de sua gestão.
Portanto, uma cidade inteligente é mais que um espaço urbano que utiliza tecnologia de ponta, mas um lugar que é pensado para as pessoas, com foco na inclusão social, na diminuição da desigualdade e pautada pela sustentabilidade. Além disso, uma cidade segura, resiliente e autorregenerativa, capaz de responder rapidamente a mudanças climáticas, evitando impactos sociais graves.
Estes especialistas ainda advertem do risco de o tema das cidades inteligentes capturar a discussão sobre desenvolvimento urbano de um jeito algo manipulado. Ou seja, deixando de lado as velhas questões de desigualdade, provisão de infraestruturas básicas e outros problemas. Para eles, é preciso construir uma visão que integre a dimensão da tecnologia às demais, e não as substitua pela mera tecnologia.
O planejamento urbano é, desta forma, a chave para as cidades inteligentes. Os conceitos devem ser aplicados de maneira conjunta, pois o desenvolvimento e a aplicação de técnicas modernas de gestão estão diretamente relacionados ao nível de organização da cidade, sendo a tecnologia a pedra fundamental do planejamento urbano. Para saber mais sobre o ranking acesse o site.
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