Embrapa e Senai criam programa para desenvolver soluções digitais para a agropecuária

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Cimatec) firmaram uma parceria voltada para o desenvolvimento de soluções digitais voltadas ao setor agropecuário.

Implantada em Salvador, na Bahia, a Unidade Mista de Pesquisa e Inovação Digital em Agricultura Tropical (Umipi DITAg) pretende atuar em áreas como inteligência artificial, robótica, agricultura de precisão, internet das coisas, fotônica e rastreabilidade.

Será um avanço e tanto na digitalização do campo brasileiro. Um estudo realizado pelo Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica) apontou que nada menos do que 13 milhões de brasileiros das zonas rurais carecem de conectividade com padrões mínimos de qualidade. A conectividade urbana no país é uma vez e meia mais abrangente do que nas zonas rurais.

“Essa parceria vai garantir uma aliança com o setor agrícola para que possamos, com a digitalização, agregar mais valor à agropecuária e obter retorno em toda a cadeia produtiva”, disse o presidente da Federação das Indústrias da Bahia, Ricardo Alban, durante o lançamento do programa.

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Fonte:(https://ipesi.com.br)

De acordo com Alban, a ideia é de que os resultados gerados pela pesquisa agropecuária na Embrapa alcancem mais rapidamente a escala industrial e o acesso ao mercado.

Para isto, além de um campus em Salvador, especializado em desenvolver pesquisas e inovações para a indústria, o Senai Cimatec possui no Polo Industrial de Camaçari, região metropolitana de Salvador, um parque tecnológico de 4 milhões de m², o Senai Cimatec Park, que comporta escalonamento de produção, testes de grande porte e desenvolvimento de protótipos em escala real.

Neste ano, a instituição também lançou o campus Senai Cimatec Sertão, com o objetivo de desenvolver tecnologias para impulsionar o progresso social, econômico e ambiental da região semiárida do Nordeste brasileiro.

A Embrapa participará da parceria através de dois centros de pesquisa, a Embrapa Agricultura Digital, sediada em Campinas, interior de São Paulo, e a Embrapa Instrumentação, de São Carlos, também no interior paulista.

“Ao unir as nossas competências, o nosso objetivo principal é impulsionar a transformação digital na agricultura e fazer chegar ao setor produtivo tecnologias que auxiliem no aumento da produtividade, da eficiência no uso de recursos e da sustentabilidade”, afirmou Stanley Oliveira, chefe-geral da Embrapa Agricultura Digital, que lidera a iniciativa.

COOPERAÇÃO

A parceria integra um amplo acordo de cooperação estabelecido para geração de novos conhecimentos e tecnologias para o setor agropecuário brasileiro. Com a criação da Umipi DITAg, no entanto, as instituições darão já início a projetos em uma área considerada estratégica no agro, com impacto em diferentes elos do setor, que é a transformação digital.

“A união de esforços no desenvolvimento e integração de novos sensores, tecnologias quânticas, automação e robótica para a agricultura levará a novos patamares de soluções, auxiliando as cadeias produtivas na eficiência e atendimento de demandas de exportação”, comentou José Manoel Marconcini, chefe-geral da Embrapa Instrumentação.

O diretor de Tecnologia e Inovação do Senai Cimatec, Leone Andrade, destacou que a parceria com a Embrapa é também um grande passo estratégico em direção aos projetos do Senai Cimatec Sertão. Segundo ele, é uma parceria totalmente alinhada com a visão do futuro defendida pela entidade, de atuar também em tecnologias da agroindústria.

“Hoje, mundialmente, este é um setor que cresce principalmente incorporando novas tecnologias, visando uma agricultura 4.0”, explicou Andrade. “No Senai Cimatec já dominamos boa parte das tecnologias que dão suporte à indústria, mas podemos empregá-las também na agroindústria”.

Além da colaboração em projetos, um dos objetivos da Umipi DITAg é igualmente atrair novos parceiros para ampliar o ecossistema em agricultura digital, envolvendo governos, instituições de ensino e pesquisa e setor produtivo, entre outros segmentos.

Segundo os executivos do programa, fortalecer esta conexão com os diferentes atores do ecossistema vai possibilitar que as demandas do setor sejam alinhadas, e que os resultados gerados realmente se transformem em inovação, ganhando capilaridade e ampliando sua adoção pela sociedade.

São previstas, por exemplo, ações para promover novos modelos de negócios com parceiros e o fomento ao desenvolvimento de startups e spin-offs voltadas para a industrialização e para comercialização das soluções geradas no âmbito da parceria.

A expectativa é também de que a Umipi se transforme num grande hub internacional, voltado à inovação digital em agricultura tropical. A sigla DITAg (Digital Innovation in Tropical Agriculture) foi considerada, aliás, pensando nesse tipo de inserção internacional. Para saber mais sobre a iniciativa acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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