De acordo com Sérgio Bacci, vice-presidente executivo do Sinaval (Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore), o volume de pedidos de licenciamento ambiental para eólicas offshore, abre grandes oportunidades para a indústria naval brasileira. Esses projetos já somam 169,43 GW de capacidade – sendo 27 GW no estado do Rio de Janeiro.
“A expectativa é de que, num horizonte de cinco anos, o segmento de eólicas offshore esteja aquecido e demandando grandes oportunidades para a indústria naval nacional”, disse Bacci. “Esperamos demandas não só de barcos de apoio para a instalação das torres eólicas, mas, também, que as torres possam ser construídas nos estaleiros brasileiros, gerando emprego e renda”.
Bacci fez esta declaração durante o lançamento da 5ª edição Panorama Naval no Rio de Janeiro, na semana passada, na sede da Firjan, a federação das Indústrias do RJ, publicação que traz informações qualificadas sobre a indústria do setor, apresenta novas tecnologias e o potencial de negócios presentes no estado nas áreas de óleo, gás, energia e defesa. O documento inclui artigos da ANP, Cluster Naval, Sinaval, Coppe/UFRJ e ABEAM/Syndarma.
Já Fernando Montera, coordenador de Conteúdo Petróleo, Gás e Naval da Firjan, destacou o segmento de manutenção e reparo que registrou crescimento de 150%. Além disso, lembrou que existem perspectivas de encomendas de 18 UEPs (unidades estacionárias de produção) até 2027. “São, assim, oportunidades para a indústria naval, que vão do já tradicional petróleo e gás fluminense e começam a surgir novos mercados com a eólica offshore”, disse.
Conteúdo Local
Destaque também para a apresentação de Thyago Grotti, superintendente de Conteúdo Local da ANP, que falou sobre os possíveis impactos dos Termos de Ajustamento de Conduta na indústria naval. De acordo com Grotti, estão sendo negociadas trocas de multas por novos compromissos de investimento em conteúdo local. “De 25 propostas em andamento, três foram concluídas e somam mais de R$ 1 bilhão”, informou.
Outro potencial para a indústria naval brasileira e fluminense é o descomissionamento dos sistemas de produção de óleo e gás, que é a inutilização de forma segura de instalações de exploração desses recursos. Estimativas da Associação Nacional de Petróleo (ANP) para a parte de sistemas submarinos alcançam R$ 50 bilhões para essa atividade até 2040.
Há também projetos em curso na Marinha do Brasil, como a construção de fragatas. Os investimentos estão sendo feitos em estaleiros de Santa Catarina e do Espírito Santo, mas, segundo o vice-almirante Edesio Teixeira Lima Junior, diretor-presidente da Emgepron e vice-presidente do Cluster Tecnológico Naval do Rio de Janeiro, a construção de 10 navios patrulha será realizada no Rio de Janeiro, no Arsenal de Marinha ou no estaleiro de Itaguaí. Para saber mais sobre as eólicas acesse o site.
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