Grande parte dos expositores da Expomafe chegou ao evento, realizado de 9 a 13 de maio, no São Paulo Expo, com sérias dúvidas sobre o ambiente que iriam encontrar. Se propício à realização de negócios ou se ainda contaminado pelas incertezas político-econômicas. Felizmente, a primeira alternativa deu o tom da feira, desde a abertura.
Embora o cenário político-econômico ainda não seja dos melhores, em especial pelo nível da taxa de juros, o que se viu ao longo da semana foi uma saudável recuperação do ambiente de negócios, com muitos visitantes interessados em novas tecnologias, em soluções para aumentar a produtividade e reduzir custos.
Demanda reprimida
A importadora e distribuidora de máquinas Bener se preparou para o evento. Criou uma linha de financiamento exclusiva, em conjunto com um parceiro do setor bancário, e reforçou o estoque para poder ofertar máquinas à pronta entrega na feira. E o resultado foi positivo. “Fechamos negócios durante o evento e temos muitos outros com perspectiva de fechamento no pós-feira”, disse. Em sua análise, o mercado vinha bem no ano passado, mas esse processo interrompido nas eleições. “Essa paralisação nos negócios gerou uma demanda reprimida que, agora, está dando sinais de uma retomada”.
“Foi uma grata surpresa o bom movimento de visitantes e de clientes que estiveram em nosso estande”, comentou Michael Bauer, presidente da B. Grob do Brasil, que estava destacando na feira sua nova linha de máquinas, que marca a entrada da empresa no segmento de 4 eixos. “A máquina de 4 eixos atraiu o interesse de muitos clientes novos e inclusive é bem possível que pela primeira vez nos iremos fechar uma venda durante uma feira”, disse, acrescentando que o negócio – iniciado no evento – só dependia da aprovação do financiamento do cliente.
“A feira está muito boa. Os visitantes demonstram muito interesse e a impressão que se tem é que muitos vieram em busca de soluções, dispostos a resolver suas necessidades aqui na feira”, observou Bruno Watanabe, diretor-geral da Open Mind do Brasil, desenvolvedora do software de CAD/CAM hyperMill. “Nesta feira conquistamos alguns clientes, o que não é comum no nosso segmento”, frisou.
Bons Negócios
Para Luiz Cassiano Rosolen, presidente da Romi, o movimento da feira ficou acima das expectativas. “Vamos fechar aqui negócios num patamar muito próximo ao da Feimec 2022 ou até um pouco acima”, disse, ressaltando que já se nota que a maioria dos setores industriais – com exceção do automotivo – está com boa utilização da capacidade de produção. “Nossa expectativa é que o segundo semestre será muito positivo”.
“A feira está indo muito bem, com boa visitação e com clientes muito interessados”, apontou João C. Visetti, CEO da Trumpf do Brasil. Porém, diz ter notado ‘um certo pé atrás’ no que se refere à concretização de negócios. Em sua avaliação, isso se deve ao fato de que os principais segmentos atendidos pela empresa estarem sendo impactados, seja pela falta de financiamento e altas taxas de juros (máquinas agrícolas) e falta de peças (caminhões pesados). “Mas estamos confiantes com a melhora deste quadro no segundo semestre, quando esses problemas já devem estar resolvidos”, ponderou.
De acordo com Edouard Mekhalian, diretor-geral da Kuka do Brasil, o principal destaque da feira foi a qualificação dos visitantes. “Recebemos em nosso estande visitas técnicas, de profissionais que já vieram à feira com objetivos definidos”, comentou. O executivo lembrou ainda que, após um período de retração, a partir de setembro de 2022, a empresa voltou a receber consultas e este novo quadro se confirmou na feira: “alguns projetos que estavam engavetados estão sendo retomados”.
Visitas de todo o País
Na avaliação de Rodrigo Katsuda, supervisor de Marketing e Vendas da OSG Sulamericana, “em termos de público, a feira muito boa, com visitantes focados, com objetivos e de todo o Brasil e também da América do Sul, do Chile, da Argentina, da Colômbia, do Equador”. No entanto, entre os brasileiros, era perceptível em alguns clientes ainda um certo receio de realizar investimentos.
A Gesac do Brasil, além de expor as novidades na sua linha de ferramentas, tinha alguns objetivos específicos na Expomafe. Um deles era a formação do portfólio de clientes para a recém-criada área de Vendas Diretas. “E a meta foi cumprida. Recebemos em nosso estande representantes de todas as empresas que estavam em nossa lista de principais/potenciais clientes diretos”, comemorou Flávio Oliveira, presidente da filial brasileira.
Surpreendente – “A feira foi surpreendente”, classificou Jan Stoesser, gerente-geral de Vendas da Vollmer do Brasil, fabricante de afiadoras de ferramentas, informando que recebeu clientes potenciais e com projetos de investimento. “Fizemos ótimos contatos aqui, recebemos no estande profissionais com poder de decisão, em especial do segmento em que estamos querendo ampliar nossos negócios”, disse, explicando que um dos objetivos da Vollmer na feira era a maior penetração no mercado de ferramentas rotativas e de usinagem. Além disso, as três afiadoras expostas foram vendidas, uma delas na própria feira.
Alessandro Alcantarilla, gerente-geral da Blaser Swisslube, se dizia satisfeito com a participação na feira que, em sua opinião, está a cada edição mais profissionalizada. “Conseguimos fechar negócio aqui, o que não é comum para nós, embora também tenha ocorrido na Feimec 2022. Todo o time de vendas está satisfeito, com muitas visitas já programadas em vários segmentos”, disse, frisando que está com boas perspectivas para o segundo semestre, já que os parceiros da Blaser – os fabricantes de máquinas – estavam fechando muitos negócios no evento.
Para Valdecir Pereira, diretor da GRV Software, a feira se caracterizou por mostrar que as indústrias estão bem mais dispostas a realizar investimentos que no início do ano. “A feira foi boa, agitada, com muitas oportunidades de negócios. Fizemos muitos contatos com boas perspectivas de fechamento no pós-feira”, resumiu.
Expomafe deixa boas impressões
– “Extremamente positiva”, qualificou Ronald Bremberger, diretor Comercial da Heller Máquinas Operatrizes, lembrando que era muito bom estar de volta às feiras após quatro anos sem participar de feiras presenciais. “A Expomafe 2023 começou forte, com muitas visitas bem qualificadas e com sondagens interessantes de clientes dos setores agrícolas e de ferramentarias. O pessoal de vendas está tendo bastante trabalho”.
Para Duarte Alves, diretor da Okuma Latino Americana, o que se pode notar na Expomafe é que foi reacendida a chama da retomada dos projetos de investimentos no mercado brasileiro. “Pelo que ouvimos aqui os projetos, que foram engavetados no período das eleições, irão voltar a andar. O mercado vinha num ritmo morno, mas agora já estamos com a agenda de visitas cheia pelas próximas duas semanas, incluindo o fechamento de uma venda aqui no estande, o que não é comum no nosso caso”, informou. “Espero que não seja uma bolha. A feira oxigenou o mercado e espero que permaneça assim. As perspectivas são de um bom segundo semestre”. Para saber mais sobre a Expomafe acesse o site.
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