Faturamento da indústria de máquinas e equipamentos recua 4,5% de junho para julho

A indústria brasileira de máquinas e equipamentos apresentou indicadores negativos na passagem de junho para julho. De acordo com dados divulgados pela Abimaq no dia 31 de agosto em coletiva de imprensa virtual, a receita líquida total de R$ 25.629,77 milhões é 4,5% menor que a do mês de junho e 3,5% menos que a do mesmo mês de 2021. No acumulado de janeiro a julho, a receita líquida total somou R$176.467,22 milhões, 4,3% menos que no mesmo período do ano passado.

A receita líquida interna de R$ 20.236,49 milhões obtida em julho é 6,1% menor que a do mês anterior e 5,9% menos que no mesmo mês de 2021. No acumulado do ano, a receita líquida interna de R$ 141.394,37 milhões é 5,7% menor que no mesmo período do ano passado.

“Os dados vieram abaixo das expectativas”, diz Cristina Zanella, diretora-executiva de Economia Estatística e Competitividade da Abimaq, que diz que no final de setembro a entidade deverá divulgar novas projeções para o desempenho setorial em 2022. A revisão deverá ser para baixo.

A queda na receita setorial se deve principalmente ao mau desempenho do segmento de máquinas para bens de consumo, que representam cerca de 20% das receitas totais do setor, de acordo com a diretora-executiva. O setor fabricante desse tipo de máquinas vem sofrendo com a queda do poder de compra da população, o que faz com que os fabricantes de bens de consumo se mostrem mais reticentes em fazer investimentos.

Já os segmentos de máquinas agrícolas e de construção, que representam cerca da metade do faturamento setorial, apresentam bom desempenho. O segmento de máquinas agrícolas cresceu 9,3% até julho e a expectativa é fechar o ano com bons números, de acordo com Pedro Estevão, membro do Conselho Deliberativo da Abimaq, frisando que a indústria do segmento ainda conta com pedidos em carteira.

EXPORTAÇÕES 

As vendas externas de máquinas e equipamentos no mês de julho de US$ 1.004,70 milhões sofreram queda de 3% em relação a junho e crescimento de 20,8% na comparação com o mesmo mês de 2021. No acumulado de janeiro a julho, as exportações totalizaram US$ 6.625,85 milhões, com crescimento de 28,2%. As vendas externas são responsáveis por 20% da receita setorial dos primeiros sete meses do ano. Em quantum (unidades físicas), o crescimento das exportações do período foi de 13,1%.

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Fonte:(https://ipesi.com.br)

No acumulado de janeiro a julho, ano houve aumento das exportações para a maioria dos países, com destaque para os países sul-americanos que compraram 46,6% mais máquinas e equipamentos de produção nacional em relação ao mesmo período de 2021. Houve aumento ainda nas exportações para os países da América do Norte (+18,9%) e para os países europeus (26,5%).

Os dados indicam que os países com maior proximidade regional intensificaram o relacionamento comercial em 2022.

No ano, a participação média histórica de países da América do Sul no total das exportações voltou ao patamar de 37%, nível observado em período anterior a 2018.

IMPORTAÇÕES

Em julho, as importações foram de US$ 1.970,38 milhões, 5,1% a mais que no mês de junho e 9,1% acima do mesmo mês de 2021. No acumulado do ano, as importações de US$ 13.631,01 milhões são 11,1% superiores ao do mesmo período de 2021.

Entre as principais origens das importações China, EUA, Alemanha e Itália lideram o ranking pela ordem. No acumulado de janeiro a julho, as importações oriundas da China cresceram 13,4%, e passaram a representar 25,9% das máquinas importadas pelo Brasil. Neste mesmo período, as importações máquinas dos EUA cresceram 9,3%. Já as vindas da Alemanha recuaram 5,3% e as italianas recuaram 5,6%.

CONSUMO APARENTE

No mês de julho, o consumo aparente de R$ 31.636,00 milhões ficou praticamente estável em relação a junho, com ligeira queda de 0,6%. Já o recuo em relação a julho do ano passado foi de 4,7%. No acumulado do ano, o consumo aparente de R$ 220.039,65 milhões é 7,3% menor que no mesmo período de 2021.

CARTEIRA DE PEDIDOS DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS 

A carteira de pedidos em julho, medida em número de semanas para atendimento, registrou expansão de 0,8% em relação a junho, mas queda de 2,5% em relação a julho de 2021. No ano, a carteira de pedidos se manteve 2,2% abaixo da observada no ano anterior, em 11,6 semanas.

No mês de julho de 2022, o nível de ocupação da capacidade instalada (Nuci) recuou 0,9 p.p. e ficou 5,7% abaixo no nível registrado em julho de 2021. Em média, o setor fabricante de máquinas e equipamentos, atuou, nos último 12 meses, com 80% da sua capacidade instalada.

No mês de julho, houve novo aumento no quadro de pessoal da indústria de máquinas e equipamentos e o setor passou a empregar 396 mil pessoas (+0,3%).  Para saber mais sobre dados do setor acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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