Receita da indústria de máquinas e equipamentos cresce em maio, mas Abimaq projeta fechar 2023 com queda de 4,6%

A indústria de máquinas e equipamentos apresentou recuperação na passagem de abril para maio. A receita líquida total do setor em maio, de R$ 24.906,87 milhões é 10,6% maior que do mês imediatamente anterior; a receita líquida interna de R$ 18.299,28 milhões, na mesma comparação, é 4,1% superior; e o consumo aparente de R$ 31.674,20 milhões reflete crescimento de 12% maior, de acordo com dados divulgados pela Abimaq no dia 28 de junho.Os resultados do mês de maio, porém são insuficientes para reverter o desempenho setorial. Na comparação com maio passado as receita líquida total e a receita líquida interna indicam queda de 15,6% e 23,2%, respectivamente. O consumo aparente é 10,7% menor.

No acumulado de janeiro a maio, a receita líquida total de R$ 117.554,57 milhões é 8,5% menor que no mesmo período de 2022. Já a receita líquida interna de R$ 88.490,24 milhões é 14,3% inferior. O consumo aparente no acumulado dos primeiros cinco meses do ano de R$148.578,60 milhões é 10,7% menor que no mesmo período do ano passado.

A expectativa da Abimaq é que o desempenho setorial apresente melhora no segundo semestre, mas ainda assim a entidade projeta fechamento do ano com que queda no faturamento de 4,6%, segundo a diretora de Competitividade, Economia e Estatística da Abimaq, Cristina Zanella. Ela explica que a projeção para o crescimento nas exportações, está mantida em 8,6%, mas a tendência de valorização do real em relação ao dólar faz também a receita setorial, medida em reais, recuar. A entidade fez as projeções anteriores com o dólar cotado em R$ 5,2, mas atualmente a moeda norte-america custa R$ 5 ou menos. “Isso tira uns 2 pontos percentuais das projeções de crescimento”, diz a executiva.

EXPORTAÇÕES

A indústria de máquinas e equipamentos exportou US$ 1.326,07 milhões em maio, com crescimento de 35,7% em relação a abril e aumento de 22,2% na comparação com o mesmo mês de 2022. No acumulado de janeiro a maio desse ano, as exportações somaram US$ 5.635,70  milhões, refletindo expansão de 23%. Em unidades físicas, as exportações do período de janeiro a maio aumentaram 11%, de acordo com a Abimaq, que cita dados da Funcex.

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As exportações conseguiram um aumento significativo no mês de maio.

No período de janeiro a maio, houve incremento nas exportações de todos os tipos de máquinas e equipamentos. Destaque para o resultado do setor fabricante de máquinas para logística e construção civil, que representa pouco mais de 30% do total exportado de setor e que registrou crescimento de 33,7% sobre o resultado de 2022. Outro segmento com resultado importante foi o fabricante equipamentos para extração de petróleo que registrou crescimento de 148%, passando a representar 9,3% do total das exportações de máquinas e equipamentos.

Houve aumento das exportações de máquinas e equipamentos em todas as regiões. O aumento para países da América do Norte e do Sul continua como o destaque. No ano, o crescimento foi de 32% e 17,5%, respectivamente. A maior parte das exportações foi direcionada para a América do Sul que absorveu 34,8% do total de máquinas e equipamentos exportados pelo país. A América do Norte consumiu no período 33,8% das exportações e a Europa 14,2%.

IMPORTAÇÕES

As importações no mês de maio foram de US$ 2.568,49 milhões, 27% a mais que no mês anterior e 24,8% superiores às de maio de 2022. No acumulado de janeiro a maio, as importações somaram US$ 11.066,49 milhões, com crescimento de 13% na comparação com o mesmo período de 2022.

O relatório distribuído à imprensa chama a atenção para a variável preço, “que tem exercido influência importante nos resultados das importações nos últimos meses. No período o crescimento dos preços foi de 5,9%, enquanto o número de unidades físicas importadas cresceu 6,4%.”

No ano, houve retração apenas nas importações de máquinas para infraestrutura e indústria de base (12,3%). Houve crescimento nas importações de máquinas para a indústria de transformação, para logística e construção, fabricação de bens de consumo, para agricultura e para petróleo. As importações de componentes, bens utilizados em reposição de peças e também na fabricação de bens capital, também registram crescimento no período (+8,8%), passando a representar quase um terço das importações de máquinas e equipamentos do Brasil.

NUCI

O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci)  da indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou alta de 0,2% no mês de maio, atingindo 75% em 2023. Mesmo com o crescimento, em relação ao maio de 2022, o nível de utilização recente da capacidade instalada ficou 3,7% abaixo.

A carteira de pedidos no mês maio voltou a cair (-2,8%) anulando parte da recuperação do mês de abril de 2023 e atingiu 10,7 semanas de atividade, valor 6,7% abaixo do resultado do mesmo período de 2022 e também abaixo da carteira média de 2022, que foi equivalente a 11,4 semanas de atividades.

DEMISSÕES

A desaceleração das atividades nos setores fabricantes de máquinas e equipamentos nos últimos meses levou a novas demissões no setor, a segunda em 2023. O número de pessoas ocupadas na indústria brasileira de máquinas e equipamentos encolheu no mês de maio 0,1% e atingiu um total de 393.286 colaboradores.

Apesar do fechamento de quase 300 postos de trabalho em maio, em relação ao mês de dezembro de 2022, mês que ocorreu muitas demissões, o setor manteve um adicional de 2.971 pessoas em atividade. Para saber mais dados do setor acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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