A Mercedes-Benz anunciou que irá demitir 3,6 mil trabalhadores de sua fábrica de ônibus e caminhões de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Devem ser dispensados 2,2 mil empregados efetivos, e outros 1,4 mil funcionários temporários não terão seus contratos renovados a partir do mês de dezembro.
Como resposta, os trabalhadores da fábrica decidiram entrar em greve até a próxima segunda-feira, 12. Na terça, está prevista uma reunião com a diretoria da montadora para negociar o processo de demissões. O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, crítico da medida, deve intermediar as negociações, após a realização de assembleia com os trabalhadores da unidade.
Terceirização na Mercedes
A empresa anunciou ainda que irá terceirizar parte das atividades hoje realizadas na unidade. “Vamos deixar de produzir internamente alguns componentes e deixar de exercer atividades que podem ser realizadas por outras empresas parceiras, tais como: logística, manutenção, fabricação e montagem de eixos dianteiro e transmissão média, ferramentaria e laboratórios”, informa o comunicado da empresa.
Essas tarefas passarão a ser executadas por empresas contratadas, de preferência localizadas na própria região do Grande ABC.
A explicação da Mercedes para a demissão em massa é a necessidade de redução de custos. A empresa afirma que a pressão dos custos tem se intensificado, devido ao crescente dinamismo e competitividade do mercado e à implantação de tecnologias com foco em novas formas de propulsão.
A Mercedes diz ainda que investiu no país R$ 2,4 bilhões desde 2018 – em um ciclo que será concluído neste ano , quando implantou, por exemplo, novas linhas de produção 4.0 para caminhões e ônibus, de onde já saíram os modernos caminhões Actros e Arocs e o chassi do ônibus elétrico urbano eO500U.
Conhecida até pouco tempo como o maior polo automotivo do país, a cidade de São Bernardo do Campo, em menos de três anos, já perdeu as fábricas da Ford – que encerrou atividades no Brasil – e da Toyota, que está transferindo as operações que realizava na cidade para o interior de São Paulo, onde têm outras unidades.
As instalações que sediaram a fábrica da Ford em São Bernardo deverão receber, agora, um grande centro logístico. Já a Toyota, quando terminar de transferir as linhas de produção para as unidades de Sorocaba, Indaiatuba e Porto Feliz, em 2023, também deve negociar a venda do prédio do ABC. Para saber mais acesse o site.
Para continuar por dentro das principais notícias do mundo da indústria acesse o nosso site.