Um estudo divulgado há pouco pela consultoria multinacional Ernst & Young mostrou que a preocupação do mundo da mineração com o avanço algo frenético da energia verde tem muita razão de ser.
Segundo o estudo, uma consequência do crescimento da energia verde no mundo deverá ser a expansão da demanda por cobre, forçando as mineradoras a investir crescentemente na extração deste metal.
A consultoria estima que a energia verde vai dominar a geração global de eletricidade até 2038 e representará nada menos do que 62% da matriz energética até 2050.
A capacidade de energia renovável vai aumentar no mundo para 2 mil GW no fim desta década, volume equivalente às capacidades atuais somadas de China e Europa.
O problema é que os equipamentos das energias renováveis exigem tecnologias que contêm cobre, muito cobre. Uma turbina eólica, por exemplo, tem 3 t de cobre em sua composição.
Na também estratégica área de transporte, a construção de um pequeno veículo elétrico exige seis vezes mais cobre do que um carro movido a combustível tradicional.
De acordo com a Ernst & Young, o resultado é que a demanda por cobre deve dobrar até 2035, exigindo das mineradoras uma solução que não se resuma à abertura de novas minas.
Projeções de mercado, realmente, indicam que o investimento na mineração de cobre, para satisfazer a demanda nos próximos anos, terá que aumentar para mais de US$ 250 bilhões por ano até 2030 – muito acima dos US$ 105 bilhões de hoje.
Até agora discutia-se apenas como atender a enorme demanda dos equipamentos verdes pelo lítio, que deve crescer 910% até 2050. Mas o fato é que o lítio ganhou um companheiro de escassez – o cobre.
Mineradoras improvisam
As mineradoras estão se virando como podem. Estão reabrindo minas fechadas para recuperá-las e abrindo novas escavações. A questão é que o tempo para tornar uma nova mina operacional é de 9 anos, em média. O mercado não pode aguardar tudo isso.
Também estão investindo em inovação para elevar a produtividade das minas em operação. A inteligência artificial tem sido a tecnologia preferida.
Outra solução considerada é a chamada lixiviação ácida, que extrai cobre de resíduos de rocha. Pode haver até 100 milhões de t de cobre em resíduos de minas em todo o mundo.
Os sistemas de IA têm ajudado a monitorar esses locais, fornecendo os dados necessários para a viabilidade financeira dessa extração, que na verdade não sai muito cara.
O aumento da reciclagem é outro caminho possível. O cobre reciclado foi responsável por 32% da demanda na última década, mas será preciso mais veículos elétricos, baterias e outros componentes chegarem ao fim da sua vida útil para a oferta aumentar.
Enfim, só há por enquanto medidas paliativas.
Mas, para consolo das mineradoras, os avanços da engenharia podem reduzir a necessidade de cobre em veículos elétricos, baterias e outras tecnologias. Há muitos pesquisadores atrás deste feito.
Já é assente no mundo científico, por exemplo, que o uso de alumínio em cabos subterrâneos pode reduzir a demanda por cobre em mais de um terço na comparação com o nível atual. Sem dúvidas a demanda por metais crescerá ao passo que a tecnologia se desenvolve a demanda por fontes de energia mais sustentáveis também. O cobre sempre teve um papel importante para o desenvolvimento da humanidade e é necessário achar formas para suprir ao aumento da sua demanda nas próximas décadas. Para saber mais sobre o tema e possíveis alternativas que as mineradoras estão desenvolvendo para resolver esse problema acesse o site.
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