MONTADORAS VOLTAM A PARALISAR FÁBRICAS NO PAÍS

Nos últimos dias três montadoras anunciaram paralisações em suas linhas montagem: General Motors, Hyundai e Stellantis. Com estes anúncios, estas empresas se unem à Volkswagen que, em fevereiro, suspendeu por 10 dias a produção de três de suas quatro fábricas no Brasil.

Distintamente das paralisações ocorridas em 2021 e 2022, provocadas pela falta de peças e componentes, em especial os chips eletrônicos, desta vez o motivo é de outra ordem: desaquecimento do mercado de automóveis.

Para o consultor Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, ouvido pelo site Metropoles, o motivo é a redução de demanda. “A falta de componentes ainda pode estar interferindo, pontualmente, na produção, mas, agora, o volume total está caindo por causa do poder aquisitivo das pessoas”, diz. “Os veículos também estão muito caros.”

A Hyundai informou que concederá férias coletivas de três semanas para os trabalhadores dos três turnos da unidade de Piracicaba (SP). No comunicado de imprensa, a montadora informou que o motivo da interrupção era “ajuste de estoques”.

A GM anunciou que vai suspender a produção da picape S10 e do SUV Trailblazer, em São José dos Campos (SP), entre 27 de março a 13 de abril. O motivo, segundo o sindicato local, era “adequação dos estoques”

Já a Stellantis comunicou que a partir desta quarta-feira (22 de março), dispensará por 20 dias os funcionários do segundo turno da fábrica da Jeep, em Pernambuco. Na semana seguinte, os trabalhadores do primeiro e terceiro turno param por dez dias. Nesse período, será interrompida toda a produção dos SUVs Renegade, Compass, Commander, além da picape Fiat Toro.

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Fonte:(https://www.usinagem-brasil.com.br)

Em fevereiro, a Volkswagen anunciou férias coletivas em três de suas quatro fábricas no Brasil. As unidades de São Bernardo do Campo (SP), São José dos Pinhais (PR) e São Carlos (SP) ficaram paradas por dez dias. Apenas as operações da unidade de Taubaté, no interior paulista, foram mantidas.

Juros Altos, Inflação…

Segundo especialistas, o que está por trás do atual cenário são os juros altos e a alta da inflação. Há também quem cite o preço dos carros, que tiveram reajustes seguidos a partir do final de 2020.

Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, entidade que reúne as montadoras brasileiras, em coletiva de imprensa recente, afirmou que se fazia necessária a redução da taxa de juros para a volta do crescimento do setor. “O desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção”, disse.

De acordo com estudo da S&P Global, a indústria automotiva brasileira opera com quase 40% de ociosidade. A capacidade produtiva do setor é de 3,6 milhões de veículos ao ano com a maioria das fábricas operando em dois turnos. Caso todas operassem em três turnos, a capacidade seria de 4,3 milhões de unidades. Para saber mais sobre a situação das montadoras acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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