Tecnologias 3D estão sendo utilizadas por uma equipe de pesquisadores para ajudar a conservar o que pode ser o mais antigo barco colonial construído na Austrália a ser escavado. Durante uma escavação para uma caixa de estação da cidade do metrô de Sydney, descobriu-se um barco que se acredita ser da década de 1820. Para realizar a escavação do artefato foi contratada a firma de arqueologia marítima Cosmos Archaeology. Uma vez retirado do solo, a Dra. Renee Malliaros, uma arqueóloga marinha da Silentworld Foundation em Sydney, foi chamada para montar uma equipe e rapidamente começou a trabalhar na conservação das madeiras.
O Barangaroo Boat é potencialmente a mais antiga embarcação colonial de construção australiana que já foi escavada. Medindo 9 x 3 metros, acredita-se que a lancha servia para realizar pequenos trabalhos de balsa ao longo dos rios. Não é o achado mais chamativo, nem a embarcação mais bem montada, mas é exatamente por isso que Malliaros se interessa pela descoberta.
Apesar da grande descoberta a singela embarcação não se encontrava em bom estado, o que levou a Dra. a optar pela reconstrução das mesma utilizando tecnologias 3D.
O papel das ferramentas e tecnologias 3D no processo
Depois que o barco foi escavado peça por peça e antes de ser armazenado em tanques de água limpa e tratado com produtos químicos, Malliaros e sua equipe começaram a registrar digitalmente a descoberta. Para a utilização das ferramentas de digitalização 3D a equipe buscou a experiência do especialista em gravação 3D baseado na Bélgica, Thomas Van Damme, cujo método de varreduras anotadas utiliza o scanner de luz estruturado Artec Eva e o software Rhino.
Considerado fácil de usar e capaz de capturar geometria e cor, o Eva foi usado para realizar o escaneamento 3D da embarcação. Ao todo, a digitalização 3D e o processamento das 300 peças foram concluídos em dois meses – em comparação com até um ano com os processos de rastreamento anteriores – mas não sem seus desafios.
“Os desafios consistiam em encontrar um equilíbrio entre ter uma peça que você pudesse escanear e não ter muito ruído, ao mesmo tempo em que mantinha a peça molhada. Qualquer água nas superfícies cria ruído e faz com que fique meio esquisito, mas por outro lado você quer secar para obter uma superfície boa o suficiente”, explicou Malliaros, antes de destacar um lado positivo. “A varredura de luz estruturada captura o tipo de detalhe que buscamos no registro arqueológico. Então, pudemos ver os buracos dos pregos, pudemos ver os pregos da árvore, pudemos até ver marcas de serra.”
Depois de digitalizar as peças, Malliaros processou os dados no Artec Studio para limpar a geometria e os suportes circundantes, antes de alinhar as digitalizações. Essas informações serão usadas para ajudar na reconstrução do barco, que deverá ser exibido em seu tamanho real no Museu Marítimo Nacional da Austrália.
Mas antes que isso aconteça, um modelo em escala deve ser impresso em 3D para ‘nos dar uma ideia de como encaixar as peças novamente, onde dobrá-las se necessário e como será suportado para que nenhuma tensão seja aplicada as madeiras.’
Para Malliaros, não há nada como o Barangaroo Boat – um navio do século 19 que foi escavado, gravado em 3D e depois conservado – em um museu australiano e, portanto, obter a gravação digital correta do barco foi fundamental. Ela lembra de alguns colegas da Austrália Ocidental que, ao trabalharem na conservação do navio holandês Batavia, usaram folhas de polietileno para registrar as madeiras. Por mais de 30 anos, essas folhas encolheram e tornaram todo o registro dimensionalmente inútil. Assim, para Malliaros e sua equipe, o benefício das tecnologias 3D não pode ser subestimado.
As tecnologias 3D são extremamente versáteis e cada vez mais softwares de modelagem 3D e impressoras 3D vem ganhando espaço tanto na engenharia quanto nas demais áreas. Para saber mais sobre essas tecnologias leia a notícia completa aqui.
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