Grande parte dos agricultores (71%) afirmam que as mudanças climáticas já têm um grande impacto em suas fazendas e um número ainda maior está preocupado com a consequência que isso terá no futuro. Ao todo, 73% registraram uma pressão crescente de pragas e doenças. Em média, segundo as estimativas dos produtores, os seus rendimentos sofreram uma redução de 15,7% nos últimos dois anos devido às alterações climáticas. Além disso, a cada seis produtores, um identifica perdas de rendimento superiores a 25% durante este período. Estas são algumas das principais conclusões da pesquisa “Farmer Voice”. A pesquisa revela os desafios enfrentados por produtores de todo o mundo enquanto tentam atenuar os impactos das alterações climáticas e adaptar-se ao futuro.
Para realizar o “Farmer Voice”, a Bayer, empresa de ciências biológicas, contratou uma agência para entrevistar, de forma independente, um total de 800 produtores entre abril e julho de 2023 em todo o mundo, representando grandes e pequenas propriedades rurais da Austrália, Brasil, China, Alemanha, Índia, Quênia, Ucrânia e Estados Unidos. Os entrevistados preveem que as repercussões das mudanças climáticas continuarão. A consulta mostra que 76% estão preocupados em relação ao impacto que as mudanças climáticas terão em suas lavouras, sendo que os produtores do Quênia e da Índia são os que mais se preocupam.
“Os agricultores já estão sentindo os efeitos adversos das mudanças climáticas em seus campos e, ao mesmo tempo, têm um papel central no enfrentamento desse enorme desafio. É por isso que é tão importante fazer com que a sua voz esteja em primeiro plano”, afirma Rodrigo Santos, presidente global da divisão agrícola da Bayer. “As perdas relatadas nesta pesquisa deixam muito clara a ameaça direta que as transformações no clima representam para a segurança alimentar em todo o mundo. Frente a uma população mundial cada vez maior, os resultados devem ser um catalisador para os esforços de tornar a agricultura regenerativa.”
Um desafio maior do que as mudanças climáticas
Ainda que as mudanças climáticas sejam um tema abrangente, os desafios econômicos são a maior prioridade para os próximos três anos. Mais da metade (55%) dos produtores colocaram os custos de fertilizantes entre os três principais desafios, seguidos pelos custos de energia (47%), volatilidade de preços e renda (37%) e o custo com a proteção de culturas (36%). A importância dos custos dos fertilizantes é mais evidente no Quênia, na Índia e na Ucrânia.
Na Ucrânia, 70% indicaram os custos com fertilizantes como um dos três principais desafios, mostrando que as consequências concretas da guerra exercem grande pressão sobre os produtores do país. Além disso, 40% indicaram a interrupção geral de atividades devido aos conflitos como um dos principais desafios.
Diante do cenário desafiador, mais de 80% dos entrevistados já estão tomando ou planejam tomar medidas para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. As principais áreas de foco são o uso de culturas de cobertura (43% já o fazem ou pretendem fazê-lo), o uso de energia renovável ou de biocombustíveis (37%) e o uso de sementes inovadoras para reduzir o uso de fertilizantes ou de defensivos agrícolas (33%). Todos afirmam que já têm ou pretendem ter ações para favorecer a biodiversidade. Mais da metade (54%) diz adotar medidas para proteger os insetos ou planeja fazê-lo nos próximos três anos.
Para estarem prontos para o futuro, os produtores rurais valorizam a inovação. Mais da metade (53%) deles afirma que o acesso a sementes e variedades projetadas para lidar melhor com condições climáticas extremas seria o que mais beneficiaria suas fazendas. Um número semelhante (50%) diz esperar por melhores tecnologias de proteção de culturas, enquanto 42% disseram que um melhor acesso a soluções de irrigação beneficiaria suas fazendas. Analisando suas práticas, o aprimoramento do uso eficiente da terra, a diversificação de culturas e a melhoria da saúde do solo foram classificados como os caminhos mais importantes para o sucesso.
De modo geral, a pesquisa mostra que os produtores rurais de todo o mundo compartilham, em grande parte, da mesma opinião sobre os desafios atuais e as perspectivas para o futuro. Embora existam pequenas diferenças entre os países, as grandes questões relativas às mudanças climáticas e às pressões econômicas são preocupações semelhantes para todos.
“Os produtores rurais estão enfrentando diversos desafios correlatos. Mas, apesar disso, constatamos que eles estão esperançosos – quase três quartos dizem que se sentem positivos em relação ao futuro da agricultura em seus países”, diz Rodrigo Santos. Isso é impressionante e encorajador. As opiniões expressas no relatório precisam ser amplamente vistas e compreendidas. Elas são um apelo para que todo o sistema alimentar seja capaz de inovar, colaborar e fornecer as soluções de que os produtores precisam – e nós, da Bayer, estamos ansiosos para desempenhar um papel de liderança nesses esforços. Há pouco tempo a perder.”
A Farmer Voice é uma pesquisa realizada com 800 produtores rurais divididos igualmente entre Austrália, Brasil, China, Alemanha, Índia, Quênia, Ucrânia e Estados Unidos. O estudo foi conduzido de forma independente pela Kekst CNC. Os produtores foram selecionados aleatoriamente em cada mercado. Os entrevistados não sabiam que a pesquisa estava sendo realizada em nome da Bayer até que fosse concluída, e a Bayer não teve nenhuma participação na seleção da amostra. As entrevistas ocorreram entre abril e julho de 2023.
Além disso, 2.056 pequenos produtores rurais na Índia participaram da pesquisa com um questionário reduzido. Esses produtores estavam ligados ao ecossistema Better Life Farming, produtores de Organizações de Produtores Agrícolas apoiadas pela Bayer e produtores inscritos no Programa de Arroz Sustentável da Bayer. Essas entrevistas foram realizadas entre maio e junho de 2023. Para saber mais sobre a pesquisa acesse o site.
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