Volume de comercialização de máquinas de linha amarela pode bater recorde em 2022

A comercialização de máquinas da linha amarela (movimentação de terra) pode alcançar um recorde histórico. Segundo estimativas da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), serão 35,2 mil unidades vendidas em 2022, o que representa uma alta de quase 13% ante 2021. Essa quantidade superará o antigo recorde, de 33,4 mil unidades vendidas em 2013.

“Já foram embarcadas mais de 17,1 mil máquinas neste primeiro semestre. Por isso, é factível superar a marca de 35 mil equipamentos vendidos no ano. É importante lembrar que o recorde anterior veio a partir de um crescimento exponencial, que se iniciou em 2010”, explicou o coordenador do Estudo Sobratema do Mercado de Equipamentos para Construção, Mário Miranda, durante webinar Sobratema Atualização das Tendências no Mercado da Construção, promovido no dia 28 de julho.

Para o vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel, o primeiro semestre se apresentou positivo. “Mesmo diante da conjuntura, existem muitos oportunidades, por isso seguimos otimistas até o final do ano”, afirmou.

Essa alta nas vendas de máquinas da linha amarela se deve, principalmente, ao aumento na comercialização das retroescavadeiras, pás-carregadeiras e escavadeiras hidráulicas. “Esse segmento manteve seu ritmo de crescimento em meio ao cenário econômico interno desafiador e ao panorama externo marcado pelas consequências do conflito entre Rússia e Ucrânia e pela desorganização da cadeia de suprimentos”, disse Miranda.

maquinas
As questões externas influenciaram na melhora do setor.

Nesse sentido, o economista Fernando Garcia de Freitas, da Ex Ante Consultoria Econômica, avaliou que o crescimento do Produto Interno Bruto brasileiro deve ser relativamente fraco neste ano, com a taxa de juros em 13,75%, câmbio elevado e uma inflação bem acima da meta de 4%. Por outro lado, a taxa de desemprego vem cedendo, a arrecadação fiscal e as exportações estão com bom desempenho. “A inflação é a maior preocupação, pois se a taxa não ceder rapidamente, a Selic se manterá em alta e isso vai repercutir na geração de emprego e renda, com danos para a economia.”

Sobre o setor de máquinas para mineração e no segmento de equipamentos para construção, Freitas afirmou que são áreas em recuperação. Em 2021, houve um aumento na produção de 48,2% e 52%, respectivamente, segundo dados do IBGE. Até o mês de maio de 2022, o crescimento chegou a 18,2% e 19,7%, respectivamente.

Para 2023, as expectativas para o mercado de máquinas para construção são conservadoras. O Estudo da Sobratema estima um viés de alta nas vendas de equipamentos da linha amarela, com crescimento de 1%. Miranda explicou no Webinar Sobratema que o país passa por um grau de incertezas no campo da política, no segmento da economia e na área fiscal. Freitas ainda acrescentou que o cenário externo pode continuar instável com o prolongamento do conflito na Europa, que seguirá pressionando a inflação no mundo e o preço das commodities.

Outro ponto trazido por Daniel foi que a mudança na maneira de se investir em infraestrutura, passando da dependência de recursos públicos para o modelo de concessões, revolucionou o mercado até mesmo para a área de máquinas. “As vendas de máquinas são financiadas entre três e cinco anos e nesse formato, há mais estabilidade e confiabilidade para aquisição de equipamentos a longo prazo.”

Já o Head of Latin America Sales Development da Google Cloud, Douglas Leonardo, ressaltou a importância da tecnologia para o mercado, especialmente do cloud, que transforma a infraestrutura de TI em utilitário, e permite pagar somente o que se consome.  Ele comentou sobre o papel da tecnologia como conector entre a demanda com a oferta, como o 5G permitirá a conectar qualquer device e como ela melhora a utilização de recursos, diminuindo impactos ambientais. “É preciso se digitalizar, o que criará oportunidades em atender clientes que não pertencem a carteira atual. Além disso, é necessário pensar quem são os seus concorrentes com a entrada dessas novas tecnologias”, pontuou. Para saber mais acesse o site.

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Marcus Figueiredo

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